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IRREGULARIDADE
Prefeitura de Curitiba pune 187 por fraudes no Bolsa-Família
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
A Prefeitura de Curitiba
vai suspender por oito dias
187 de seus servidores por terem passado de 90 dias a um
ano e três meses recebendo
dinheiro do Bolsa-Família
sem ter direito ao programa
do governo federal. O procurador-geral do município,
Ivan Bonilha, disse ontem
que os fraudadores terão de
devolver o dinheiro ao caixa
do programa, antes mesmo
de ordem judicial.
A fraude foi descoberta
numa investigação que começou em fevereiro do ano
passado, quando os benefícios foram suspensos. O processo administrativo levou
mais de um ano para ser concluído, e o resultado segue
agora para o Ministério Público Federal, onde deve respaldar uma ação criminal.
A investigação chegou a
casos de funcionários beneficiados que recebem até R$
2.000 de salário por mês. A
maioria ganha de R$ 350 a
R$ 600 mensais.
Segundo Bonilha, o número de dependentes foi examinado e se confirmou que a
renda mensal do grupo supera os critérios do programa.
O Bolsa-Família paga de
R$ 15 a R$ 95 por mês a famílias de baixa renda ou a indigentes, para garantir R$ 120
per capita mensal. Quando
houve a fraude, a referência
da renda era de R$ 100.
Para ele, a punição aplicada não foi a demissão devido
à dificuldade de provar má-fé
dos funcionários. ""Vários
disseram que não tinham
clareza dos valores de acesso
ao programa."
A sindicância que apurou
as fraudes não chegou às assinaturas dos cadastradores.
A comissão investigadora registra que as fichas queimaram num incêndio acidental
em 2004. Cadastradores ouvidos reclamaram de falhas
na orientação oferecida pelos treinadores do Ministério
do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome.
Segundo o ministério, os
primeiros cadastros do Bolsa-Família, em 2003, foram
baseados em cadastros do
governo anterior (Cássio Taniguchi, do PFL), de famílias
que migraram do Bolsa-Escola, o que pode explicar a inclusão de educadores da Secretaria da Educação Municipal -maioria entre o grupo
examinado.
O ministério não desconsidera as queixas de falhas na
orientação, mas para a assessoria de imprensa, as regras
do programa são claras.
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