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CGU encontra 4 mil com declarações suspeitas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CGU (Controladoria Geral
da União) pediu à Receita Federal a análise sobre as declarações de renda de 17 mil servidores públicos federais. Em caráter preliminar, a avaliação dos
dados informados ao fisco
apontou a existência de 4.000
contribuintes que movimentam valores mais de três vezes
superiores ao que recebem como salário. Outras 450 declarações revelam a prática inusitada de guardar em casa mais de
R$ 20 mil em espécie.
Os nomes encaminhados à
Receita foram triados no universo de 500 mil servidores federais. Nesta primeira experiência, a CGU fez o corte de
sua amostra tendo como parâmetro órgãos federais que têm
mais recursos e maior poder de
regulação. A varredura feita
nesses órgãos abrange 100% de
seus funcionários.
Os 17 mil nomes também incluem servidores contra os
quais a CGU recebeu denúncias
de fontes diferentes.
Ao analisar as declarações, a
Receita avaliará, entre outros
itens, patrimônio acima de R$
800 mil, movimentação financeira superior em três vezes ou
mais ao rendimento do contribuinte, propriedade de aeronave ou embarcação ou aqueles
que dizem ter em casa quantias
significativas de dinheiro.
Segundo Luiz Navarro, secretário de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas da CGU, os meios materiais disponíveis são insuficientes para a CGU se debruçar sobre todos os pontuados. O teto
seria abrir processo administrativo contra até 400 servidores. A lei de improbidade administrativa, de 1991, estabelece
que o patrimônio do servidor
dos Três Poderes e nos três níveis da administração deve ser
monitorado constantemente.
Se a investigação concluir
que o patrimônio do servidor é
incompatível com seus rendimentos, a decisão da CGU será
demiti-lo. Caberá ao Ministério
Público propor eventual ação
contra esse funcionário.
(ANDRÉA MICHAEL)
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