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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
A ratoeira
Renan Calheiros (PMDB-AL) pode "não arredar
pé" da cadeira, como prometeu, mas cresce entre seus
aliados a opinião de que o senador deveria inventar
uma desculpa qualquer para não presidir a sessão do
Congresso que votará a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2008, pré-requisito para o início do recesso.
Eles sabem que o constrangimento a que Renan foi
submetido ontem, com 14 colegas pedindo em plenário seu afastamento da presidência do Senado, não é
nada perto do que está no forno para a votação da
LDO. Deputados de um conjunto de partidos que inclui PSDB, DEM, PSOL, PV e PPS prometem obstruir
os trabalhos caso Renan esteja na Mesa.
Alto risco. Como as mais
concorridas sessões do Congresso costumam ocorrer no
plenário da Câmara, Renan
corre o risco de ouvir, durante
a votação da LDO, algo na linha do "caladinho aí" que
Fernando Gabeira (PV-RJ)
lançou sobre Severino Cavalcanti (PP-PE) dois anos atrás.
Passo atrás. O PT está na
operação salva-Renan, mas
não ficará com ele incondicionalmente. Aloizio Mercadante disse a colegas que o arquivamento do caso seria "suicídio". O petista foi um dos articuladores da devolução do
abacaxi ao Conselho de Ética.
A serviço. Na reunião da
Mesa Diretora que remeteu o
o processo de volta ao Conselho, a secretária-geral, Cláudia Lyra, opinou que a eventual votação em plenário poderia ser secreta, sob o argumento de que já haveria processo disciplinar em curso.
Controle remoto. Renan
telefonou para vários membros da Mesa durante a reunião. No final, deixou claro
para mais de um senador que
não gostou do resultado.
TV do Renan. Enquanto a
imagem da TV Senado mostrava o plenário pegando fogo
na tarde de ontem, corria na
parte inferior da tela o texto:
"Renan diz que não há crise".
Cadê ? Os peemedebistas
José Sarney (AP) e Roseana
Sarney (MA) foram os únicos
cardeais ausentes à sessão de
ontem no Senado, na qual o
aliado Renan foi pego por seus
pares de calça curta.
Silenciosa. A tropa de choque de Renan não se assusta
com os 14 senadores que pediram seu afastamento no plenário. Argumentam que mais
vale o silêncio de parte da
oposição, indicador de maioria favorável ao presidente.
Pelo telefone. Enquanto
Renan era questionado em
plenário, Eduardo Suplicy
(PT-SP) acertava com Leomar Quintanilha (PMDB-TO), pelo celular, a reativação
ainda ontem do Conselho de
Ética. Em recente reunião do
órgão, ligou para a mulher de
Epitácio Cafeteira (PTB-MA)
para reverter a renúncia do
colega à relatoria do caso.
Ao mar. Deputados do
PMDB, que ainda não jogaram Renan do barco, tratam
de rifar Joaquim Roriz (DF).
Já firmaram convicção de que
o cheque de R$ 2,2 milhões de
Nenê Constantino era pagamento de favores feitos pelo
governo Roriz ao empresário.
Se vira. A embaixada do
Brasil na Venezuela pediu aos
responsáveis locais pela organização da Copa América ingressos para os jogos da seleção. Não recebeu nenhum.
Outro lado. Patrus Ananias diz não ter visto fila no
restaurante onde almoçou
com sua mulher no sábado em
Brasília. Acrescenta que, ao
chegar, não se identificou como ministro, apenas perguntando se determinada mesa,
que estava vaga, poderia ser
ocupada. Um funcionário respondeu afirmativamente.
Lá e cá. O PSDB fará ato de
desagravo ao líder dos tucanos na Assembléia paulista,
Mauro Bragato. Ele é acusado
de receber propina em esquema de fraudes na CDHU.
Tiroteio
"Agora deu para entender a sucessão de
escândalos envolvendo o governo: era
para competir com o crime organizado."
Do historiador MARCO ANTONIO VILLA sobre a frase de Lula,
segundo quem o governo precisa "competir com o crime organizado",
porque "se o Estado não dá condições ao povo, o narcotráfico dá".
Contraponto
Mesma língua
Em 2002, o então prefeito de Presidente Prudente,
Agripino Lima (DEM) , bloqueou a estrada por onde passaria uma marcha dos sem-terra. Com receio de conflito,
o governo enviou o sindicalista Paulo Pereira da Silva, hoje deputado pelo PDT, para mediar o impasse.
Ele foi primeiro à prefeitura do município paulista.
-Não recuo. É um jeito de minha gestão aparecer-,
disse o prefeito, que em seguida saiu para dar entrevistas.
Paulinho, então, procurou o líder do MST José Rainha
Jr., a quem sugeriu a abertura de diálogo com o prefeito.
-Sem acordo. É um jeito de o movimento aparecer-,
cortou Rainha, que logo depois começou a dar entrevistas.
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