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Lula reajusta Bolsa Família
Presidente admitiu que faltava "cadastro sério"
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Ao anunciar ontem o reajuste de 18,25% para o Bolsa Família, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva admitiu que o
maior problema na implantação do programa foi a inexistência de um cadastro sério. "E
nós sabemos que no meio de
tanta gente honesta neste país
sempre tem um picareta que
quer cadastrar uma pessoa que
não tem direito", afirmou.
A declaração foi feita na 3ª
Conferência Nacional de Segurança Alimentar, que acontece
em Fortaleza. "Sempre haverá
alguém disposto a achar que é
mais esperto que os outros. Eu
não sei como é que uma pessoa
não tem vergonha na cara e tem
coragem de tirar R$ 70 da boca
de uma pessoa que está com fome", disse. Para Lula, apesar de
agora ter sido feito um "cadastro de respeito", é necessário
ser vigilante na fiscalização.
Com o aumento anunciado
ontem, o benefício médio do
Bolsa Família irá para R$ 72.
Momentos antes de participar deste evento, ele esteve em
outro, também em Fortaleza,
em que anunciou investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), no
valor de R$ 980 milhões para o
Ceará. Apesar de não ter falado
diretamente sobre corrupção,
ele aconselhou o governador do
Ceará, Cid Gomes (PSB), a criar
um conselho gestor para cuidar
desse dinheiro.
Ao discursar sobre os investimentos do PAC, Lula disse que
só vai haver justiça no país
quando houver equilíbrio na
disputa entre Norte-Nordeste
e Sul-Sudeste, e que só aí haverá o "país dos nossos sonhos".
Numa espécie de metalinguagem em que analisou o próprio governo, disse haver um
contra-senso entre o voto dos
mais pobres e os que conseguem entrar em "palácios" de
governo, que são "aqueles que
não votaram em nós".
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