São Paulo, quarta-feira, 04 de julho de 2007

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Lula reajusta Bolsa Família

Presidente admitiu que faltava "cadastro sério"

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Ao anunciar ontem o reajuste de 18,25% para o Bolsa Família, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que o maior problema na implantação do programa foi a inexistência de um cadastro sério. "E nós sabemos que no meio de tanta gente honesta neste país sempre tem um picareta que quer cadastrar uma pessoa que não tem direito", afirmou.
A declaração foi feita na 3ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar, que acontece em Fortaleza. "Sempre haverá alguém disposto a achar que é mais esperto que os outros. Eu não sei como é que uma pessoa não tem vergonha na cara e tem coragem de tirar R$ 70 da boca de uma pessoa que está com fome", disse. Para Lula, apesar de agora ter sido feito um "cadastro de respeito", é necessário ser vigilante na fiscalização.
Com o aumento anunciado ontem, o benefício médio do Bolsa Família irá para R$ 72.
Momentos antes de participar deste evento, ele esteve em outro, também em Fortaleza, em que anunciou investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), no valor de R$ 980 milhões para o Ceará. Apesar de não ter falado diretamente sobre corrupção, ele aconselhou o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), a criar um conselho gestor para cuidar desse dinheiro.
Ao discursar sobre os investimentos do PAC, Lula disse que só vai haver justiça no país quando houver equilíbrio na disputa entre Norte-Nordeste e Sul-Sudeste, e que só aí haverá o "país dos nossos sonhos".
Numa espécie de metalinguagem em que analisou o próprio governo, disse haver um contra-senso entre o voto dos mais pobres e os que conseguem entrar em "palácios" de governo, que são "aqueles que não votaram em nós".


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