Assessor da CPT diz que manifestantes vão resistir à desocupação de fazenda

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Policiais federais e militares já estão na região de Cabrobó (PE) para cumprir a ordem de desocupação do canteiro de obras da transposição das águas do rio São Francisco. A ação deve acontecer hoje, se não houver algum imprevisto.
O ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) disse que a ação da Polícia Federal para a retirada dos manifestantes que invadiram um terreno por onde passará a transposição das águas do rio São Francisco é a única alternativa à desocupação pacífica do local: "Tenho feito apelos para que as pessoas cumpram a lei e saiam pacificamente do local", disse.
Na sexta-feira passada, o juiz federal Georgius Luís Argentini Principe Credidio, da 20ª Vara Federal de Salgueiro, Pernambuco, determinou a devolução da área ocupada à União. "A decisão do juiz será cumprida com as pessoas saindo ou a PF retirando", avaliou Geddel.
Os manifestantes invadiram a área há oito dias e ontem iniciaram uma campanha de arrecadação de recursos para financiar o envio de novas caravanas. Os invasores esperam receber ainda hoje um reforço de pelo menos 500 pessoas no local.
Segundo frei Gilvander Luís Moreira, assessor da Comissão Pastoral da Terra, a intenção do grupo é resistir à desocupação.

Obras
Segundo Geddel, a invasão não atrapalhou as obras de transposição em Cabrobó porque o Exército se dedica, por ora, aos preparativos da construção da primeira barragem da obra, distante oito quilômetros das margens do rio.
Ele negou o afastamento da coordenação-geral do projeto de Rômulo Macedo, mas confirmou mudanças administrativas, por meio das quais a transposição passará a ficar subordinada à Secretaria de Infra-estrutura Hídrica, e não mais ao gabinete do ministro.


Texto Anterior: Construção de casas populares no interior apresenta indícios de superfaturamento
Próximo Texto: Cortador de cana do PA deve receber hoje
Índice