São Paulo, quarta-feira, 04 de julho de 2007

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Construção de casas populares no interior apresenta indícios de superfaturamento

DA REPORTAGEM LOCAL

Contratos da prefeitura tucana de São José dos Campos com duas empresas de engenharia para a construção de moradia popular da CDHU apontam para um superfaturamento de 220% na compra de material de fiação.
Documentos obtidos pela Folha mostram que as empresas contratadas pelo prefeito Eduardo Cury (PSDB), a Boreal e a Guaibê, cobraram R$ 1,52 o metro do fio sólido. No mercado, o mesmo item custa R$ 0,476. No total da obra, apenas a diferença relacionada à fiação representou cerca de R$ 57 mil a mais. Os papéis foram enviados ao Ministério Público de São Paulo.
O convênio com a CDHU foi firmado em 2004 pelo então prefeito Emanuel Fernandes, hoje deputado federal (PSDB-SP). O contrato com as empresas foi firmado por Cury, que foi chefe de gabinete e secretário dos Transportes e de Governo ao longo da gestão de Fernandes. Após processo licitatório, a Boreal assumiu a construção de 342 casas por R$ 7,32 milhões. A Guaibê Engenharia ficou com 121 moradias por R$ 2,65 milhões.
Fernandes disse ontem que, se ficar provada uma irregularidade praticada por ele, renuncia ao cargo. "Essa acusação de petistas é absurda. Quando fui secretário, não fiz nenhum pagamento para beneficiar quem quer que seja."
O departamento jurídico da prefeitura informou que a acusação é "infundada e incabível", já que houve licitação para a contratação das empresas. A Guaibê não respondeu às ligações da Folha. A assessoria da Boreal não foi localizada.


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