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Construção de casas populares no interior apresenta indícios de superfaturamento
DA REPORTAGEM LOCAL
Contratos da prefeitura tucana de São José dos Campos
com duas empresas de engenharia para a construção de
moradia popular da CDHU
apontam para um superfaturamento de 220% na compra de
material de fiação.
Documentos obtidos pela
Folha mostram que as empresas contratadas pelo prefeito
Eduardo Cury (PSDB), a Boreal
e a Guaibê, cobraram R$ 1,52 o
metro do fio sólido. No mercado, o mesmo item custa
R$ 0,476. No total da obra, apenas a diferença relacionada à
fiação representou cerca de
R$ 57 mil a mais. Os papéis foram enviados ao Ministério
Público de São Paulo.
O convênio com a CDHU foi
firmado em 2004 pelo então
prefeito Emanuel Fernandes,
hoje deputado federal (PSDB-SP). O contrato com as empresas foi firmado por Cury, que
foi chefe de gabinete e secretário dos Transportes e de Governo ao longo da gestão de
Fernandes. Após processo licitatório, a Boreal assumiu a
construção de 342 casas por
R$ 7,32 milhões. A Guaibê Engenharia ficou com 121 moradias por R$ 2,65 milhões.
Fernandes disse ontem que,
se ficar provada uma irregularidade praticada por ele, renuncia ao cargo. "Essa acusação de petistas é absurda.
Quando fui secretário, não fiz
nenhum pagamento para beneficiar quem quer que seja."
O departamento jurídico da
prefeitura informou que a acusação é "infundada e incabível", já que houve licitação para
a contratação das empresas. A
Guaibê não respondeu às ligações da Folha. A assessoria da
Boreal não foi localizada.
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