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São Paulo, segunda-feira, 04 de agosto de 2003

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PAINEL

Preço a pagar
O governo Lula tende a conseguir aprovar no Congresso o mínimo do planejado inicialmente por sua equipe para a reforma tributária. Ainda assim, às custas de muito sacrifício político.

Segunda leitura
As dificuldades que o governo está encontrando, até para aprovar uma reforma tributária mínima, preocupam ministros e líderes governistas do Congresso. Isso passa para o mercado financeiro a sensação de fraqueza.

Flerte com as togas
A reforma da Previdência deu origem a uma disputa peculiar no Congresso. De olho nas boas relações com os juízes, o PTB e o PL passaram a se autodenominar a "bancada do Judiciário".

Como é feita a corte
Em nome da "bancada do Judiciário", PTB e PL dizem no Congresso que "José Dirceu (Casa Civil) nenhum" os impedirá de brigar pelo aumento do subteto da magistratura.

Reformas distintas
A pressão do PMDB sobre o governo tem crescido à proporção que se aproxima a votação da reforma da Previdência na Câmara. Peemedebistas querem dois ministérios. Mas o governo tem se negado a antecipar a reforma da Esplanada.

Calendário oportuno
A preocupação do Planalto é não deixar o governo Lula com o carimbo do fisiologismo. Se Lula aguentar a pressão, os ministérios serão redivididos. Mas somente no final do ano.

Na pirâmide
Relator da reforma tributária, Virgílio Guimarães (PT) vai se reunir com a Fiesp, hoje. Estará acompanhado de José Mentor.

Questão central
Dirigentes petistas insistem em que Lula se encontre com Luiz Marinho (CUT). O sindicalista quer convencer o presidente a incluir na reforma previdenciária propostas de interesse da central dos trabalhadores.

Distanciamento crítico
Lula resiste a encontrar Marinho numa audiência formal. Prefere falar reservadamente com a CUT. O presidente teme o desgaste de atender a reivindicações de sindicalistas e deixar de lado pedidos de outras entidades menos afinadas com o PT.

Oratória baiana
O STF arquivou queixa-crime de Geddel Vieira (PMDB-BA) contra o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) pela prática de injúria. Em comício, ACM acusara Geddel de ser um "parlamentar desonesto".

Tratamento usual
O então procurador-geral Geraldo Brindeiro não viu ânimo de injuriar, pois Geddel e ACM "se referem usando linguagem de baixo calão". Para Brindeiro, haveria o "consentimento mútuo do uso dessas expressões".

Ofensas recíprocas
Em sua defesa, ACM alegou que Geddel já o havia chamado, por exemplo, de "canalha", "figura caquética e senil", "velho moleque" e "mais ladrão".

Em devolução
Alckmin finaliza projeto para regularizar terras devolutas (do Estado, mas griladas) no Pontal do Paranapanema. Fazendeiros com mais de 500 hectares receberiam o título se devolvessem 25% para a reforma agrária.

Rotação da terra
Agricultores com menos de 500 hectares teriam direito à regularização se pagarem até 15% do valor de mercado. O dinheiro iria para novos assentamentos.

Arestas a aparar
Tasso Jereissati (CE) acha Almir Gabriel, ex-governador do Pará, nome de consenso para a presidência do PSDB, evitando uma disputa interna desgastante. Já conversou com FHC.

Sine qua non
A interlocutores, Tasso só admite disputar a presidência do PSDB se Serra estiver no páreo.

TIROTEIO

De Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), sobre a ameaça do MST de invadir propriedades de políticos do PFL e do PMDB:
-Invasões com conotação política preocupam. É preciso manter a ordem no campo, acima de disputas partidárias.

CONTRAPONTO

Mal-agradecido

Na reunião da bancada do Partido dos Trabalhadores com o ministro José Dirceu, em Brasília, na última sexta-feira, houve de tudo. Foram feitos questionamentos e até mesmo elogios à condução da política econômica do governo federal.
O deputado federal Ivan Valente (PT-SP), a título de criticar as opções e prioridades da equipe econômica do governo Lula e mostrar o efeito negativo dessas medidas na opinião pública, lembrou que o governo fez o que o mercado preconizara e os resultados eram desfavoráveis.
Para reforçar essa argumentação, citou manchetes de jornais da semana passada que revelavam o fim do encanto e da chamada lua-de-mel do mercado financeiro com o governo.
O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) aproveitou a deixa, para gargalhada geral:
-Esse mercado é mesmo um ingrato!



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