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NA MIRA
Presidente do BB diz, porém, que seu ingresso não estava na cota de R$ 70 mil comprada pelo banco para funcionários
Em defesa, Casseb admite ida a show do PT
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No momento em que está sendo
bombardeado no Senado, inclusive com o pedido de sua demissão,
o presidente do Banco do Brasil,
Cássio Casseb, confirmou que
compareceu ao polêmico show da
dupla sertaneja Zezé Di Camargo
& Luciano, realizado em Brasília,
para arrecadar fundos para a
aquisição da nova sede do PT.
O BB comprou R$ 70 mil em ingressos para seus funcionários,
como uma espécie de prêmio,
mas Casseb afirma que a sua entrada não estava nessa cota.
A admissão de que esteve no
show consta de um ofício enviado
à Comissão de Ética Pública e às
lideranças do Senado reconhecendo que o episódio foi um erro
e listando medidas para evitar a
repetição do fato. O documento
está em tópicos. "Durante o mês
de julho realizei diversas viagens
pelo país. Estive em Brasília apenas nos dias 1, 5, 6, 12, 13 e saí de
férias no dia 14", diz ele no ofício.
"Apenas tomei conhecimento
da existência do show no dia 13
(dia do evento), à tarde, durante a
reunião do conselho diretor. Estive presente, com ingresso não adquirido pelo banco, o que pode
ser comprovado, uma vez que todas as 70 mesas compradas pelo
BB estavam localizadas juntas em
região diversa do salão. Ao retornar das férias, dia 26/07, fiquei
ciente da polêmica sobre os ingressos", afirma Casseb no texto.
Entre as novas regras baixadas
pelo BB após o episódio estão a
proibição do financiamento de
eventos promocionais que beneficiem partidos. Será exigida a partir de agora uma declaração formal do beneficiário de que os recursos para promoção e patrocínio não terão essa destinação.
A diretoria de marketing encaminhará relatório mensal ao comitê de comunicação, no qual será incluído o diretor de controles
internos. Casseb atribuiu o erro à
diretoria de Marketing, mas se
responsabilizou por ele.
No ofício, ele admite, inclusive,
que não foi possível reverter a
compra de ingressos depois que
se descobriu que o evento destinava-se a arrecadar fundos ao PT.
"O evento nasceu por iniciativa
comercial, e não por demanda
partidária. Não se tinha conhecimento prévio de que o evento
destinava-se a beneficiar o PT
quando as decisões foram tomadas. Todavia, ao tomar conhecimento deste fato, a difícil operacionalização não permitiu uma
imediata reversão do mesmo",
diz Casseb, que ressaltou que o dinheiro foi devolvido pela churrascaria onde foi realizado o show.
Cada ingresso custava R$ 250 e
de acordo com a churrascaria havia 2.000 pessoas presentes.
Sede nova
O partido está negociando a
compra de um prédio de 12 andares, nos Jardins, bairro nobre de
São Paulo, que reuniria os diretórios nacional, estadual e municipal do PT. O edifício está avaliado
em cerca de R$ 20 milhões.
Foram ao show os ministros petistas Luiz Dulci (Secretaria Geral
da Presidência), Nilmário Miranda (Direitos Humanos) e Jaques
Wagner (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social),
além de vários deputados.
Nem só de petistas estava composta a platéia. Os ministros
Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia), do PSB, e Eunício Oliveira (Comunicações), do PMDB,
estavam presentes, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e dos líderes do PL, deputado
Sandro Mabel (GO), e do PMDB,
deputado José Borba (PR).
Esse foi o segundo show realizado pela dupla sertaneja com esse
fim. O primeiro evento ocorreu
no Olympia, em São Paulo.
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