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PT promove acordo com PFL do Rio
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT nacional e o PFL do Rio
têm um "acordo de cavalheiros".
Foi o que o presidente do PTB,
Roberto Jefferson, contou ao candidato petista à Prefeitura do Rio,
Jorge Bittar, ao relatar uma conversa com o presidente nacional
do PT, José Genoino. Em reunião
na sede do PTB, Jefferson disse a
Bittar que se sentia desobrigado
de apoiá-lo porque Genoino priorizava a reeleição de Marta Suplicy, em São Paulo, e de Fernando Pimentel, em Belo Horizonte.
Consultado por Jefferson sobre
o Rio, Genoino teria dito que há
um "acordo elevado" com o prefeito Cesar Maia (PFL): o PT não
faria campanha agressiva no Rio.
Em troca, Cesar pouparia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de
ataques ao longo da disputa.
A conversa entre Jefferson e Bittar ocorreu no fim de junho, na
presença do secretário de Comunicação do PT, Marcelo Sereno.
Nela, Jefferson (RJ) disse a Bittar
que o apoiaria por coerência: como estava impondo uma aliança
com o PT em outras capitais, sua
cidade não poderia ser exceção.
Procurado pela Folha, Jefferson
confirmou o teor da conversa. Segundo ele, Genoino traçou como
prioridade a costura em São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre: "Sobre o Rio, ele disse
que havia um pacto, um acordo
de cavalheiros: Cesar não bateria
no presidente e haveria liberações
para a cidade". Genoino, por sua
vez, admitiu ter defendido a aliança, prioritamente, em São Paulo.
"Disse a ele que tínhamos que
começar a aliança por São Paulo e
Belo Horizonte. Depois, Porto
Alegre (que fracassou) e Curitiba.
Na verdade, queríamos a aliança
com a Marta", admitiu. Genoino
disse que aposta numa campanha
sem agressão no Rio, mas que isso
não é produto de acordo: "Disse
que o Cesar Maia não está na linha de bater no governo e que
não íamos partir para a agressão
no Rio. Mas o PT não negocia
com o PFL institucionalmente".
Ainda que confirmando a conversa, Bittar rechaça a idéia de que
sua candidatura seja preterida:
"Não me incomodei. É natural
que o PT invista onde já governa.
Mas tenho certeza que minha eleição é prioridade para o partido".
A Folha apurou porém que só
na noite de domingo o comando
do PT bateu o martelo na contratação do publicitário Nizan Guanaes para a campanha de Bittar.
Até agora, não houve gravação
para o programa. Segundo Bittar,
essa "versão é imprecisa".
Outro indício de um acordo entre PT e PFL estaria na decisão de
Marta de importar do Rio o sistema de distribuição de remédio
por correio. Segundo Cesar, no
entanto, não há acordo. "Só o interesse público que aproxima os
que fitam o horizonte por cima do
interesse partidário", declarou.
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