São Paulo, quarta-feira, 04 de agosto de 2004

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Tática de Nizan no Rio será ligar Bittar ao PT

DA SUCURSAL DO RIO

O publicitário Nizan Guanaes vai começar a campanha do petista Jorge Bittar à Prefeitura do Rio com um apelo ao eleitorado petista. "Se você é PT, lembre que PT é Bittar" é a frase que estará nos primeiros outdoors da campanha.
Para Nizan, que foi o marqueteiro do tucano José Serra na eleição presidencial de 2002, o "jogo" pelo voto do eleitor "ainda nem começou" e Bittar terá espaço para crescer, porque tem um bom tempo de TV, de quase sete minutos, e "um programa de governo".
Bittar tem hoje só 3% das intenções de voto, segundo a última pesquisa do Ibope, realizada entre os dias 24 e 26 do mês passado.
O publicitário se referiu à final da Copa América entre Argentina e Brasil -a seleção nacional empatou o jogo nos acréscimos e, depois, foi campeã nos pênaltis-, para afirmar que não se pode comemorar vitória antes do final.
"A gente não pode bancar o argentino e decretar o resultado antes do tempo. Estamos falando de um jogo que ainda nem começou. Não se pode desconsiderar que temos sete minutos [por programa eleitoral na TV]. Não estamos arrogantes com isso porque tempo de televisão só não basta, mas não se pode negar que esse tempo vai ser muito importante para que Bittar se torne mais conhecido."
O petista negou que o PT nacional tenha desistido de sua candidatura e tentado negociar um acordo com o líder nas pesquisas e atual prefeito, Cesar Maia (PFL), com 41% das intenções de voto.
Segundo Bittar, foi o PT nacional que sugeriu o nome de Nizan a ele, o que seria, na sua avaliação, uma prova de que o partido está apostando em sua candidatura.
No início de 2002, antes de virar o marqueteiro de Serra, Nizan trabalhava para a então governadora Roseana Sarney (PFL-MA), que ensaiava sua candidatura presidencial, e comparou o PT ao Taleban (milícia extremista islâmica que governou o Afeganistão de 1996 a 2001). "O PT é Taleban total. Nós temos de bombardear Cabul [a capital afegã]. O PT é contra a alegria. Só falta turbante, barba já tem." Depois, em maio do mesmo ano, disse à Folha que estava brincando ao fazer a declaração.


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