DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Petrobras alterou os procedimentos de patrocínios a eventos depois da constatação de que camisetas confeccionadas pela empresa foram usadas para campanha eleitoral na Bahia. A informação veio à tona devido à acusação feita pelo PFL de que a estatal teria usado dinheiro público na campanha de candidatos do PT.
O deputado José Carlos Aleluia (BA), líder da bancada do PFL, levou ontem para a tribuna do plenário camiseta em que o nome e o logotipo da Petrobras dividiam espaço com a palavra "Martiniano", vereador e candidato do PT à Prefeitura de Valença (BA).
"A Petrobras está usando a máquina pública para fazer política, não podemos permitir que a Petrobras se transforme em uma "PTbras'", afirmou Aleluia.
No momento em que o deputado discursava, o coordenador Regional Nordeste de Comunicação Institucional da empresa, Rosemberg Evangelista Pinto, aguardava para falar pela empresa.
Ele afirmou que, em agosto de 2003, a Petrobras estabeleceu parceria com a Associação de Ciclistas de Valença para patrocinar um passeio ciclístico na cidade.
Trezentas camisetas foram confeccionadas e doadas à associação, de acordo com o diretor. Na frente, havia um desenho e informações sobre o evento. Nas costas, o logotipo e o nome da Petrobras. Segundo o coordenador, a empresa constatou posteriormente que algumas camisetas teriam sido adulteradas, com a inclusão do nome do candidato.

Carta
Pinto apresentou carta enviada pela estatal à associação, dois dias depois do evento, citando a adulteração, "inclusive com aplicação de propaganda política, o que é estritamente proibido pela companhia". A carta dizia que a situação impediria a implementação de parcerias futuras.
Após o episódio, a empresa teria alterado o procedimento para patrocínios semelhantes.
O deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA) disse ter conversado com o candidato do partido em Valença e que ele teria negado envolvimento. (RANIER BRAGON)


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