São Paulo, quinta-feira, 04 de agosto de 2005 |
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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/DEPOIMENTO Simone Vasconcelos confirma versões de Marcos Valério e alega desconhecer mais detalhes de operações financeiras da SMPB Diretora foge de perguntas e irrita a CPI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DUDA MENDONÇA - Parlamentares da oposição insistiram no esclarecimento dos repasses que totalizaram R$ 15,5 milhões para a publicitária Zilmar Silveira, sócia de Duda Mendonça. Ela disse apenas que foi uma solicitação de Delúbio a Valério. "A informação que sempre chegou a mim é que era acerto de campanha", disse. Segundo Simone, algumas vezes o dinheiro destinado a Zilmar era retirado pelo policial David Rodrigues Alves, o segundo maior sacador das contas de Valério, com cerca de R$ 5 milhões. Questionada ainda se Duda Mendonça seria sócio oculto da SMPB, ela respondeu que não. MODUS OPERANDI - Simone afirmou que os saques de elevadas quantias em dinheiro nas agências do Banco Rural foram substituídos por depósitos para a corretora Bônus-Banval, repassados ao PT, e para a Guaranhuns Empreendimentos, que eram passados ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto. A mudança teria ocorrido por ela não querer fazer pagamentos de valores tão altos. LISTAS - Simone afirmou que a lista de 12 beneficiários do dinheiro sacado das contas de Marcos Valério e apresentada por ela nesta semana à Procuradoria Geral da República foi elaborada a partir da relação de 31 pessoas elaborada pelo publicitário e entregue também à Procuradoria. Afirmou não ter comprovante de que essas pessoas receberam o dinheiro entregue por ela, ao contrário de Valério, que teria entregue anteontem à Procuradoria cerca de cem documentos, entre eles recibos. PETISTAS - A diretora financeira disse que Silvio Pereira sabia dos repasses feitos a políticos, por meio dos saques nas agências bancárias. Questionada se esses recursos eram utilizados para o pagamento de "mensalão" a deputados, ela disse não ter conhecimento disso. FATURAMENTO DA SMPB - Apesar de ser diretora financeira da agência, Simone disse desconhecer o faturamento da empresa nos anos de 2003 e 2004. Também não informou os cinco maiores clientes da agência. EMPRÉSTIMOS AO PT - Simone foi questionada sobre a contabilização do dinheiro que era sacado por políticos. Segundo ela, todos os recursos, incluindo os saques realizados a mando de parlamentares do PL, do PP e do PTB, eram contabilizados como "empréstimos ao PT". Ela declarou que não sabe como o contador fazia para legalizar essas operações. MALAS - "Não havia malas de dinheiro, uma vez que o volume não era alto", revelou Simone. Ela disse que nunca contou dinheiro. A secretária Fernanda Karina Somaggio, em seu depoimento à CPI no mês passado, afirmou que Simone dizia que ficava "cansada" de contar dinheiro em um quarto de hotel em Brasília. JOSÉ BORBA - Simone descreveu uma ocasião em que o deputado federal José Borba (PMDB-PR) teria ido sacar dinheiro na agência do Banco Rural, em Brasília. "Ele não queria assinar a documentação", recordou. "Fui obrigada a vir a Brasília para resolver o assunto." De acordo com a diretora financeira da SMPB, a intransigência do deputado "ficou marcada" entre os funcionários da agência. FERNANDA KARINA - "Eu demiti Fernanda Karina", disse. Segundo a diretora financeira, isso aconteceu porque a agência estava passando por dificuldades em 2003, embora o faturamento da SMPB tenha sido de R$ 200 milhões naquele ano, segundo o deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS). "O Marcos Valério viajava muito e a Karina ficava sem função." (FERNANDA KRAKOVICS, CHICO DE GOIS E LEILA SUWWAN) Texto Anterior: Sem esclarecimentos: Delúbio e Silvio cancelam pela segunda vez depoimento à Corregedoria Próximo Texto: Vasconcelos diz não conhecer assessor de Dirceu Índice |
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