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NOVAS CONEXÕES
Virgìlio envolve João Paulo; Professor Luizinho diz não se lembrar
DNA pagou assessoria de petistas
RUBENS VALENTE
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A DNA, do publicitário Marcos
Valério de Souza, pagou R$ 34 mil
mensais, entre 2003 e 2004, em assessoria de comunicação para
dois deputados federais do PT:
Professor Luizinho (SP), ex-líder
do governo na Câmara, e Virgílio
Guimarães (MG).
A assessoria foi prestada entre
abril de 2003 e dezembro de 2004
por meio de uma microempresa,
a IFT (Idéias, Fatos e Texto), que
pertence ao jornalista Luís Costa
Pinto. Ao mesmo tempo, Costa
Pinto assessorava, por R$ 20 mil
mensais, o então presidente da
Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP). Esse serviço também era pago por uma empresa de Valério, a
SMPB, que detinha um contrato
de publicidade com a Câmara.
A DNA confirmou que pagou
R$ 34 mil por mês, entre fevereiro
de 2003 e março de 2005, ao jornalista, mas afirma não ter tido
conhecimento sobre a assessoria
aos dois parlamentares do PT.
Os contratos foram assinados
para serviços de assessoria de imprensa e estratégias em comunicação, informou a DNA. Eram
gastos da própria agência.
O jornalista Costa Pinto disse
que foi contratado pela DNA para
subcontratar dois jornalistas e um
serviço de acompanhamento de
notícias diárias para assessorar
Luizinho e Guimarães. "Quem
me pagava era a DNA. Quem pagava a DNA, eu não sei", disse. Segundo ele, todos os serviços prestados por sua empresa foram comunicados à Receita Federal.
Além dos pagamentos mensais
à IFT, anteontem a CPI dos Correios localizou uma transferência
de R$ 50 mil para a conta de pessoa física de Costa Pinto. Ele alegou que esse valor se refere a um
terceiro relacionamento comercial com as empresas de Valério.
Segundo o jornalista, sua empresa foi contratada por um pool
de empresas formado pela DNA,
SMPB, Vox Populi e Vitória Comunicação para "tentar realizar
até 30 campanhas eleitorais em
2004". Costa Pinto recebeu R$ 200
mil por esse trabalho, e o depósito
de R$ 50 mil, disse ele, refere-se a
uma parcela desse total.
Segundo o jornalista, o pool não
chegou a trabalhar nas 30 campanhas projetadas e se desfez por
"diferenças metodológicas". A
transferência detectada pela CPI
ocorreu em fevereiro de 2004.
Indagado sobre o fato de o depósito ter ocorrido na sua conta
de pessoa física, e não na jurídica,
Costa Pinto disse que somente a
DNA poderia esclarecer.
O deputado Virgílio Guimarães
disse que nunca pagou pela assessoria de comunicação. Segundo
ele, a idéia de fornecer essa estrutura partiu de João Paulo Cunha.
Guimarães afirmou que, pelo o
que sabia, o serviço era pago no
âmbito do contrato da SMPB com
a Câmara. Mas, informado de que
Costa Pinto disse se tratar de um
outro contrato assinado entre sua
empresa e a DNA (que não trabalhava para a Casa), Guimarães
alegou que somente João Paulo
poderia esclarecer o assunto.
Professor Luizinho disse, primeiro, que seus dois assessores de
imprensa eram pagos pela liderança do governo na Câmara e
pelo seu gabinete parlamentar.
Depois, afirmou não se lembrar se
o assessor do seu gabinete havia
sido pago, durante determinado
período, pela empresa ITF.
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