São Paulo, quinta-feira, 04 de agosto de 2005

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NOVAS CONEXÕES

Virgìlio envolve João Paulo; Professor Luizinho diz não se lembrar

DNA pagou assessoria de petistas

RUBENS VALENTE
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A DNA, do publicitário Marcos Valério de Souza, pagou R$ 34 mil mensais, entre 2003 e 2004, em assessoria de comunicação para dois deputados federais do PT: Professor Luizinho (SP), ex-líder do governo na Câmara, e Virgílio Guimarães (MG).
A assessoria foi prestada entre abril de 2003 e dezembro de 2004 por meio de uma microempresa, a IFT (Idéias, Fatos e Texto), que pertence ao jornalista Luís Costa Pinto. Ao mesmo tempo, Costa Pinto assessorava, por R$ 20 mil mensais, o então presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP). Esse serviço também era pago por uma empresa de Valério, a SMPB, que detinha um contrato de publicidade com a Câmara.
A DNA confirmou que pagou R$ 34 mil por mês, entre fevereiro de 2003 e março de 2005, ao jornalista, mas afirma não ter tido conhecimento sobre a assessoria aos dois parlamentares do PT.
Os contratos foram assinados para serviços de assessoria de imprensa e estratégias em comunicação, informou a DNA. Eram gastos da própria agência.
O jornalista Costa Pinto disse que foi contratado pela DNA para subcontratar dois jornalistas e um serviço de acompanhamento de notícias diárias para assessorar Luizinho e Guimarães. "Quem me pagava era a DNA. Quem pagava a DNA, eu não sei", disse. Segundo ele, todos os serviços prestados por sua empresa foram comunicados à Receita Federal.
Além dos pagamentos mensais à IFT, anteontem a CPI dos Correios localizou uma transferência de R$ 50 mil para a conta de pessoa física de Costa Pinto. Ele alegou que esse valor se refere a um terceiro relacionamento comercial com as empresas de Valério.
Segundo o jornalista, sua empresa foi contratada por um pool de empresas formado pela DNA, SMPB, Vox Populi e Vitória Comunicação para "tentar realizar até 30 campanhas eleitorais em 2004". Costa Pinto recebeu R$ 200 mil por esse trabalho, e o depósito de R$ 50 mil, disse ele, refere-se a uma parcela desse total.
Segundo o jornalista, o pool não chegou a trabalhar nas 30 campanhas projetadas e se desfez por "diferenças metodológicas". A transferência detectada pela CPI ocorreu em fevereiro de 2004.
Indagado sobre o fato de o depósito ter ocorrido na sua conta de pessoa física, e não na jurídica, Costa Pinto disse que somente a DNA poderia esclarecer.
O deputado Virgílio Guimarães disse que nunca pagou pela assessoria de comunicação. Segundo ele, a idéia de fornecer essa estrutura partiu de João Paulo Cunha. Guimarães afirmou que, pelo o que sabia, o serviço era pago no âmbito do contrato da SMPB com a Câmara. Mas, informado de que Costa Pinto disse se tratar de um outro contrato assinado entre sua empresa e a DNA (que não trabalhava para a Casa), Guimarães alegou que somente João Paulo poderia esclarecer o assunto.
Professor Luizinho disse, primeiro, que seus dois assessores de imprensa eram pagos pela liderança do governo na Câmara e pelo seu gabinete parlamentar. Depois, afirmou não se lembrar se o assessor do seu gabinete havia sido pago, durante determinado período, pela empresa ITF.


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