DA REPORTAGEM LOCAL

O comando do PT convocou os deputados suspeitos de envolvimento no esquema do "mensalão" para que dêem explicações hoje à Executiva do partido. Ontem mesmo, o secretário-geral do PT, Ricardo Berzoini, "notificou" os deputados, com os quais conversou pessoalmente.
Eles podem se manifestar por escrito. Mas a expectativa é que ao menos o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (SP) -que ontem descartava a hipótese de renúncia- participe da reunião.
Embora Berzoini tenha se antecipado, o presidente do PT, Tarso Genro, leva apenas hoje à Executiva a proposta de envio de "correspondência" para que os "companheiros apresentem sua versão". Se a explicação não for "satisfatória", os casos serão remetidos à Comissão de Ética da sigla.
O "convite" oferece opções: ou os deputados expõem sua defesa espontaneamente ou esperam uma convocação formal.
A medida, no entanto, não impedirá que sejam alvo de uma difícil discussão: a abertura de processo na Comissão de Ética.
Assim como o moderado Movimento PT, as correntes de esquerda defenderão a proposta. Pela Articulação de Esquerda, o vice-presidente Valter Pomar propõe "um tratamento universal da Comissão de Ética", com abertura de um processo para apurar todo o caso, sem "individualizar".
Da Democracia Socialista, o secretário de Formação Política, Joaquim Soriano, sugere ação mais severa: que "todos que prejudicam a imagem do partido sejam afastados por 60 dias".
A reunião se dá num clima de tensão, já que amanhã o bloco de esquerda realiza um ato contra corrupção num prédio vizinho à sede do PT. Outro ponto polêmico da reunião é a retenção de recursos para as eleições internas, previstas para setembro. Os candidatos têm que pagar do próprio bolso a passagem e a hospedagem para participar de debates.
Em meio à crise, Tarso Genro fez um aceno ao Campo Majoritário e visitou ontem o antecessor, José Genoino.


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