DA AGÊNCIA FOLHA

A Polícia Federal de Londrina (PR) cumpriu ontem 22 mandados de busca e apreensão em empresas que prestaram serviço ou forneceram material para a campanha do PT em 2004. O objetivo é apurar a denúncia de um suposto caixa dois na reeleição do prefeito Nedson Micheleti, que teria movimentado R$ 6,5 milhões.
Os nomes e endereços das empresas foram fornecidos por Soraya Garcia, ex-assessora de finanças da campanha do PT em Londrina. À PF, Soraya citou o chefe do gabinete pessoal do presidente Lula, Gilberto Carvalho, como contato do comitê financeiro para assuntos de dinheiro.
Em entrevista à Folha, a ex-assessora contou ter ouvido o então chefe do comitê financeiro, Augusto Emérito Dias Júnior, recorrer a Carvalho para solucionar problemas de caixa, mas disse não ter ouvido falar em dinheiro.
Dias Jr., que ocupava a diretoria administrativa e financeira da companhia de trânsito de Londrina, deixou o cargo anteontem: justificou a exoneração "diante da traição" da ex-auxiliar e do "constrangimento" criado ao prefeito.
Soraya já havia afirmado ao Ministério Público que o ministro Paulo Bernardo (Planejamento), na época deputado, e o presidente do PT paranaense, o deputado estadual André Vargas, intermediavam dinheiro não declarado enviado pelo Diretório Nacional a Londrina. Todos os citados negaram ligação com o esquema.
(ADRIANA CHAVES)

Texto Anterior: Outro lado: Advogado diz que inquérito é "caixa preta"
Próximo Texto: PSDB sob suspeita: Prédio onde fica SMPB liga tucanos a Valério
Índice