São Paulo, sexta-feira, 04 de agosto de 2006

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Painel

Renata Lo Prete
painel@uol.com.br

Brancaleone

Virou comédia a ação da tropa de choque mobilizada pelo PT para acompanhar o depoimento de Luiz Antonio Vedoin. Os deputados Eduardo Valverde (RO) e Fernando Ferro (PE), pouco vistos na CPI dos Sanguessugas, juntaram-se ontem ao senador Sibá Machado (AC) na tentativa de extrair do chefe da máfia acusações ao governo anterior. Não deu certo.
Valverde perguntou quatro vezes sobre eventual envolvimento de José Serra. O depoente negou e disse que o esquema prosperou no atual governo. "Antes, ninguém vendia facilidades." Sibá tentou isentar a colega Serys Shlessarenko (MT) culpando seu genro. Vedoin: "Então ela devia trocar de genro, porque fazia as emendas, e ele ficava com o dinheiro".

Dublê. Perguntaram a Vedoin se Ney Suassuna sabia dos contatos de seu assessor com a máfia. O depoente caprichou na ironia: "Se o Marcelo tinha tanto poder, devia ser ele o senador".

Desilusão. Eduardo Valverde ainda tentou enaltecer o trabalho da CGU na descoberta do escândalo. Outro tiro na água: Vedoin disse que foi descoberto porque um desafeto o denunciou à Receita.

Casquinha. Encerrada a intervenção de Valverde, Heloísa Helena se deleitou: "Tudo o que a oposição podia fazer ele fez com maestria".

Paralelo. Vedoin disse que José Airton Cirilo negociou com o governo do Piauí por não ter acesso ao do Ceará. O petista, porém, operava com prefeituras cearenses.

Tentativa... Antes de ir ao Banco do Nordeste, o deputado Paulo Magalhães (PFL) procurou a Desenbahia em busca de empréstimo para que a Planam instalasse fábrica de carrocerias de ambulâncias em Dias Dávila (BA).

...e erro. A agência de fomento alegou falta de recursos. Seu presidente, Vladson Menezes, falou com diretores do banco sobre a fábrica, citando o sobrinho de ACM como um de seus apoiadores.

Em campanha. Convidado para a pré-estréia de "Zuzu Angel" no Senado, um deputado pulou fora: "Nem a Luana Piovani vai me impedir de voltar às bases hoje".

Fugidinha. Autor da cartilha que apresenta recomendações de conduta para os integrantes do governo na eleição, o assessor da Presidência Marco Aurélio Garcia visitou o comitê de Lula em Brasília na quarta-feira às 14h30, horário de expediente.

Lounge. O comitê de campanha que Geraldo Alckmin vai inaugurar hoje em Recife está mais para barzinho. Terá shows ao vivo às segundas e quintas e um restaurante especializado em codornas.

Efeito JN. José Maria Eymael (PSDC) foi ontem à Polícia Federal pedir segurança, benefício facultado aos presidenciáveis. Ao encontrar os jornalistas de plantão, o candidato não se conteve: "Caprichem na foto do presidente".

Até tu? O PC do B, partido que integra a coligação de Lula, colocou em seu site uma enquete na qual pergunta se o presidente deve ou não comparecer a debates na campanha eleitoral. Resultado: 57% dizem que sim, e apenas 14% são contra a sua participação.

Placar. Um a zero para Roberto Requião na disputa judicial em torno da aliança PMDB-PSDB no Paraná. A procuradoria eleitoral considerou inválida a resolução do presidente tucano, Tasso Jereissati, vetando a coligação com o governador. Falta agora a posição do TSE.

Duelo. Ronaldo Lessa (PDT) conseguiu afastar James Magalhães da coordenação de Propaganda Eleitoral de Alagoas. O candidato ao Senado alegou que o juiz não seria isento. Os dois estão em pé de guerra desde que Magalhães cassou os direitos políticos de Lessa no ano passado.

Tiroteio

Lula está em marcha batida para o autoritarismo. Quer introduzir no país o mesmo expediente de Hugo Chávez e Evo Morales. Só que o Brasil não é a Venezuela nem a Bolívia: o confronto seria inevitável.


Do prefeito do Rio, CESAR MAIA (PFL), sobre a proposta do presidente de convocar Constituinte exclusiva para fazer a reforma política.

Contraponto

Não é comigo

Cláudio Lembo discursava de improviso no 5º Congresso Brasileiro de Agribusiness, nesta semana, quando fez uma pausa para ler o texto preparado por seus assessores:
-Bem, dizem aqui que eu não poderia deixar de comentar a defasagem cambial. Mas isso é assunto para o Furlan- disse o governador de São Paulo, apontando para o ministro do Desenvolvimento, que estava na mesa.
-Pedem para eu falar dos juros, mas também isso é problema do governo do nosso amigo Furlan.
No embalo dos risos da platéia, Lembo leu o último item obrigatório elencado pelos assessores: "estiagem".
-Ora, falta de chuva é com São Pedro!


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