São Paulo, sexta-feira, 04 de agosto de 2006

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Prefeitura petista de Nova Iguaçu tem verba sob suspeita

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Durante depoimento à CPI dos Sanguessugas, o empresário Luiz Antonio Vedoin -apontado como líder da máfia das ambulâncias- jogou ontem suspeitas sobre a liberação de R$ 18 milhões em recursos extra-orçamentários do Ministério da Saúde para a Prefeitura de Nova Iguaçu (RJ), comandada por Lindberg Farias (PT).
"É razoável supor que havia grande investimento do PT para transformar a Prefeitura de Nova Iguaçu em vitrine nacional", afirmou o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), sub-relator da CPI.
Segundo Gabeira, Luiz Antonio lembrou que o atual secretário de Governo da Prefeitura de Nova Iguaçu, Duncan Semple, trabalhou em Brasília como assessor na Casa Civil. De acordo com o empresário, Semple atuava na liberação de recursos para prefeituras.
"Ele (Luiz Antonio) disse que tudo passava por um funcionário-chave do PT que atuava na Casa Civil, com nome de Rochinha", explicou o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). Trata-se de Francisco Rocha, ex-assessor do Ministério da Saúde e hoje chefe de gabinete do presidente do PT, Ricardo Berzoini, na coordenação da campanha eleitoral petista.
Com relação à Nova Iguaçu, Luiz Antonio afirmou que a Planam não venceu licitações para compras com recursos extra-orçamentários.
A CPI dos Sanguessugas não pretende investigar, por ora, a atuação de prefeituras. "Nosso objetivo é apurar o envolvimento de parlamentares", disse o presidente da CPI, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ).
Durante o depoimento, Luiz Antonio citou nomes de empresas que também operam com recursos de emendas parlamentares para venda de ambulâncias para prefeituras nos mesmos moldes que a Planam.
"Ele fez menção a grandes montadoras e a uma empresa chamada Rontam", disse o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), vice-presidente da CPI. A Rontam teria vencido uma licitação dirigida para compra de ambulâncias para o Samu, serviço federal de ambulâncias. A empresa não foi localizada.
Segundo o deputado, o empresário contou que a Planam não atuava em todos estados brasileiros, pois havia outras empresas.
"Ele disse que, em Pernambuco, por exemplo, a Planam não entrava, porque quem operava lá era uma empresa chamada KM, de Jaboatão dos Guararapes", afirmou. "Luiz Antonio deixou claro que a KM tinha uma reserva de mercado". completou. (AC e RB).


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