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Por unanimidade, ex-presidente do TRT-SP é absolvido
Délvio Buffulin, que sucedeu o juiz Nicolau dos Santos Neto, foi inocentado pelo STJ da acusação de desvio de verba
Para o relator, Buffulin se mostrou um administrador inepto na construção do Fórum Trabalhista, mas não houve recurso desviado
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Por unanimidade, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) absolveu o ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da
2ª Região (São Paulo) Délvio
Buffulin, 67, que havia sido denunciado pela Procuradoria
Geral da República por suposto
desvio de verba na construção
do Fórum Trabalhista.
Seguindo o voto do relator,
ministro Luiz Fux, a Corte entendeu que não existe prova suficiente para atestar a existência de culpa ou de recebimento
de vantagem pessoal indevida.
A votação aconteceu anteontem. O juiz, que presidiu o órgão entre 1996 e 1998, deixou a
sessão chorando.
Buffulin foi acusado pela
Procuradoria Geral da República de, a despeito da investigação em trâmite, ter violado a
Lei de Licitações e desviado
verbas destinadas da obra.
Em 1998, o ex-presidente do
TRT repassou recursos às
construtoras, que já estavam
sob investigação, por meio de
termo aditivo do contrato para
a conclusão da obra. Segundo a
defesa do juiz, a iniciativa foi
referendada pelo Tribunal Superior do Trabalho, precedida
de relatórios e laudos técnicos.
Luiz Fux destacou, em seu
voto, que as precauções adotadas pelo ex-presidente afastaram a tese da existência de
fraude na dispensa de licitação
pública com o objetivo de alcançar interesses pessoais.
Para o ministro, na ânsia de
concluir a obra que se arrastava
desde 1992, Buffulin se mostrou um administrador inepto,
mas ressaltou que os recursos
foram efetivamente usados na
conclusão do prédio do TRT.
A Procuradoria Geral da República não informou se irá recorrer da decisão.
Na investigação, o Ministério
Público Federal apontou desvio de cerca de R$ 170 milhões
da obra. O juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do TRT (1990-1992),
foi responsabilizado e condenado a 26 anos de prisão.
"O tribunal fixou muito bem
que o juiz Délvio não tem relação com Nicolau dos Santos
Neto. Cada fato é um fato", afirmou o advogado de Buffulin,
Paulo Sérgio Leite Fernandes.
Casa
Ao lado de Nicolau, Buffulin
ainda responde a uma ação cível. No processo, ele teve os
bens bloqueados e os sigilos
bancário e fiscal quebrados.
Preso na carceragem da Polícia Federal de São Paulo, Nicolau foi transferido na tarde de
ontem para a residência dele,
onde continuará cumprindo
prisão domiciliar.
A defesa argumentou que o
juiz tem idade avançada (79) e
saúde debilitada para cumprir
pena em regime fechado. O
TRF acolheu o pedido.
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