São Paulo, segunda-feira, 04 de agosto de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Batalha do bilhete

Em vigor há uma semana, a ampliação da validade do bilhete único de duas para três horas é vista pela equipe de Gilberto Kassab (DEM) como medida com grande potencial de alavancagem para o prefeito, hoje distante dos líderes Marta Suplicy (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo pesquisa à disposição da campanha, a população tem plena consciência do "timing" eleitoreiro da mudança, mas não se importa com isso, e sim com o benefício propriamente dito.
Também amparada em pesquisa, a campanha de Marta faz aposta distinta. Avalia que todo e qualquer noticiário sobre o tema acabará resultando positivo para a ex-prefeita, "mãe" do bilhete único em SP.



Sobre rodas. Orestes Quércia (PMDB) explica: ao comentar, na platéia do debate da Band, que Kassab não conseguia "acreditar", referia-se ao fato de que o prefeito não defendeu, no programa, a restrição à circulação de caminhões. O ex-governador acha que Kassab deveria destacar na campanha essa medida, que a seu ver "pegou".

Pró-Obama. Em café da manhã com empresários em Porto Alegre, Dilma Rousseff manifestou a opinião de que, "com Obama, as coisas vão mudar". Os presentes entenderam que a ministra da Casa Civil quis dizer para melhor.

Luz, câmera... Dilma tomou um susto no estúdio onde foi gravar, no fim de semana, depoimentos para o horário eleitoral de candidatos do PT em diversas cidades gaúchas. Com tudo pronto para começar, apresentaram-lhe um texto no qual a ministra diria que, se o candidato X for eleito, "nós vamos facilitar os projetos para ele em Brasília".

...corta! "Meu filho", observou Dilma a um produtor que acompanhava a gravação, "eu não posso dizer uma coisa dessas!". O trecho foi cortado.

Final feliz. Dilma improvisou ao encerrar o depoimento para Maria do Rosário, petista que divide com Manuela D'Ávila (PC do B) o segundo lugar em Porto Alegre: "Nessa caminhada, Maria, você sabe que pode contar comigo". E deu um abraço na deputada.

Sai pra lá. Na capital gaúcha, é de animosidade quase explícita o clima entre o PC do B e o PPS, partido que forneceu o vice de Manuela e ocupa posição de destaque na coordenação da campanha.

Tiro no pé. Para aliados, o governador Jaques Wagner (PT-BA) acabou ajudando ACM Neto, líder nas pesquisas, ao declarar que o candidato do DEM é o único que não tem seu apoio em Salvador. Transmitiu a idéia de que um dos pólos da disputa na capital baiana já está definido.

Dá pra fazer. Neto, como é conhecido, rebate crítica dos adversários segundo a qual é economicamente inviável seu projeto de espalhar câmeras por Salvador para aumentar a segurança. Segundo ele, a primeira etapa do "Big Brother Bairro" custaria R$ 10 mi.

Meu convidado. Seguindo o roteiro básico do candidato que coloca a segurança no topo da agenda, ACM Neto levará a Salvador nesta quinta-feira o colombiano Hugo Acero, a quem se atribui papel de destaque na redução da violência em Bogotá.

Muito prazer. O jingle de Walter Pinheiro (PT), ainda pouco conhecido em Salvador, enumera seus padrinhos: "Lula apóia Walter", "Wagner apóia Walter". A letra cita até a vice, Lídice da Matta (PSB). Antes de abrir caminho para o petista, ela tinha o dobro de sua intenção de voto.

Que tal? José Roberto Arruda (DEM) tenta convencer o Tesouro a autorizar o governo do DF a contrair empréstimos diretamente com organismos internacionais. Calcula que economizaria, por ano, R$ 65 mi no serviço da dívida.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Com tanto petista para empregar, logo, logo Lula criará também o Ministério das Aves."

Do deputado JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA), sobre a notícia de que um dos mais de 200 cargos abertos na Pesca, recém-promovida de secretaria para ministério, foi reservado para o filho do ex-titular José Fritsch; o rapaz, que é ator, trabalhou na peça "A Revolta dos Perus".

Contraponto

Elas por elas

Convidado a participar de seminário realizado na semana passada pela campanha de Marta Suplicy, Patrus Ananias iniciou seu discurso com os cumprimentos de praxe aos companheiros de mesa. Quando chegou a vez de citar o coordenador do programa de governo da petista, o ministro do Desenvolvimento Social se atrapalhou todo:
-Jorge Wil.... Wil...
Diante da dificuldade em finalizar a pronúncia de "Wilheim", Patrus desabafou com o urbanista:
-Que nome difícil você tem, Jorge.
Enquanto o auditório ria, o ministro completou:
-Pensando bem, não tem problema. Você também só me chama de "Pátrus"...


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