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ELEIÇÕES 2008 / RIO DE JANEIRO
Suspeitos de curral eleitoral no RJ são puxadores de voto
Políticos são disputados porque votação ampla ajuda a eleger mais vereadores
Josinaldo Francisco da Cruz, suspeito de chefiar milícia em Rio das Pedras, ajudou o DEM a eleger 14 vereadores e não foi expulso do partido
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Candidatos suspeitos de se
beneficiarem de currais eleitorais no Rio são disputados pelos partidos por serem puxadores de voto. Vereadores obtiveram boa parte de seus votos nas
áreas sob investigação do TRE
(Tribunal Regional Eleitoral).
O desempenho dos políticos
suspeitos não difere do de seus
colegas na Câmara de Vereadores do Rio. Mais da metade dos
eleitos concentram mais de
30% de seus votos em uma determinada região.
O principal caso nas últimas
eleições municipais foi o de Jerônimo Guimarães Filho. Mais
votado na coligação do PMDB
com o PMN, Jerominho ajudou
a eleger seis vereadores. Preso
acusado de comandar uma milícia em Campo Grande, ele obteve 38,7% dos votos em três
zonas eleitorais do bairro. Não
foi expulso da sigla e nega as
acusações.
Josinaldo Francisco da Cruz
(DEM), suspeito de chefiar a
milícia em Rio das Pedras, ajudou seu partido a eleger 14 vereadores. Nadinho de Rio das
Pedras recebeu 43,8% dos seus
votos na 179ª zona eleitoral, em
que está a favela. Ele teve a
quarta maior votação no DEM
e não foi expulso da legenda.
O DEM agregou em seu quadro outro vereador suspeito de
apoio de criminosos: Jorge
João da Silva, o Jorginho da
SOS. Em 2004, teve 23.790 votos, dos quais 25,1% na 21ª zona
eleitoral, onde votam boa parte
dos eleitores do Complexo do
Alemão. O TRE investiga se
traficantes limitaram o acesso à
favela a Jorginho. Ele nega receber apoio de criminosos e diz
que nenhum membro do DEM
o procurou para defendê-lo.
Coação
No fim de semana, mais candidatos à prefeitura foram coagidos por traficantes ao fazer
campanha em favelas. Os cinegrafistas de Alessandro Molon
(PT) foram ameaçados na Nova
Holanda (zona norte) por traficantes. "Disseram com todas as
letras que ou a equipe parava de
filmar ou ia sofrer as conseqüências", contou Molon.
Os câmeras de Fernando Gabeira (PV) foram abordados na
Vila Cruzeiro (zona norte) por
homens aparentemente desarmados, que queriam as fitas. A
equipe se negou a entregar.
O grupo de Chico Alencar
(PSOL) parou de filmar na Maré (zona norte) quando um homem pediu a um morador que
os acompanhava o fim da gravação. Chico minimizou: "Passamos quatro horas na favela e
não nos sentimos coagidos. O
único incidente foi este".
Colaborou JULIANA CARIELLO , no Rio
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