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Promotoria abre inquérito sobre fundação no MA
RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS
O Ministério Público do Maranhão abriu inquérito civil para apurar as suspeitas de desvio
de dinheiro público na aplicação de R$ 960 mil repassados
em 2004 pelo governo do Estado à Fundação José Sarney.
O dinheiro foi liberado por
meio de um convênio que previa a "conservação, divulgação
e exposição pública" do acervo
da fundação. Mas a Promotoria
suspeita que o dinheiro "não foi
empregado devidamente".
A investigação será conduzida pelos promotores Marcos
Valentim e João Leonardo
Leal, que solicitaram as notas
fiscais e comprovantes dos gastos. Da relação constam 758 pagamentos a pessoas físicas e jurídicas -como supermercados,
lojas de autopeças e agências de
turismo, além de faturas de
água, energia e telefone.
O documento indica que dinheiro do convênio também foi
usado para pagar despesas com
a Receita Federal, o INSS e o
Ministério do Trabalho. Um
parecer contábil feito a pedido
da Promotoria diz que o objetivo do convênio foi totalmente
desvirtuado: "Ficou evidente
que [as despesas] não foram dirigidas para a conservação, divulgação e exposição pública do
acervo bibliográfico, documental, textual e museológico".
A Promotoria irá investigar
as empresas beneficiadas -entre elas a Quintec, que, segundo
o Ministério Público, recebeu
R$ 48,5 mil da fundação. O endereço da Quintec é o da casa de
Conceição de Maria Martins
Pereira, vice-presidente da
Abom (Associação dos Amigos
do Bom Menino das Mercês),
entidade que tem José Sarney
como "presidente de honra". A
Abom recebeu mais R$ 198 mil.
A Folha deixou recado na
Fundação Sarney. Até a conclusão desta edição, ninguém
ligou de volta. O presidente da
Abom, Raimundo Nonato
Quintiliano Pereira Filho, não
atendeu o telefone celular.
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