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OUTRO LADO
"Critério é o da competência", diz ex-assessor
DA SUCURSAL DO RIO
O ex-delegado regional do
Ministério das Comunicações em Minas Gerais, Sílvio
Mitre, diz que o critério para
escolha das fundações que
receberam rádios e TVs educativas foi o da competência,
e não apenas o político.
Foi Mitre quem mandou
para o arquivo morto o processo do empresário Antonino José Amorim. Mitre foi
assessor político de Pimenta
da Veiga no ministério.
(ELVIRA LOBATO)
Folha - Por que o pedido do
ex-ministro Melles foi atendido e o do empresário foi para
o arquivo morto?
Sílvio Carvalho Mitre - Se há
dois ou mais interessados
em uma concessão e só um
canal a ser concedido, o critério é o da competência. Esse foi o critério de escolha
adotado por Pimenta da
Veiga ao longo dos três anos
de sua gestão.
Folha - Quando o processo
está no arquivo morto, significa que foi engavetado ou recusado?
Sílvio Mitre - Não tem esse
negócio de recusa. Não podemos dar duas concessões
para a mesma cidade. Temos de seguir o Plano Básico
de Radiodifusão da Anatel
[Agência Nacional de Telecomunicações".
Folha - Mas pode ser desarquivado?
Sílvio Mitre - Teria que surgir um fato novo, como a inclusão de um novo canal no
Plano Básico, o que não
compete nem à Delegacia
Regional de Minas, nem ao
ministério.
Folha - O que explica que o
pedido de Melles tenha seguido no mesmo dia para o gabinete de Pimenta da Veiga?
Sílvio Mitre - Não sei dizer
se foi no mesmo dia, mas o
problema fundamental é
que a escolha se baseia no
critério da competência. É
feita uma análise pela Secretaria de Serviços de Radiodifusão e, em seguida, o ministro toma sua decisão. A
questão não é só política.
Vocês estão colocando só a
questão política. O ministério é coisa séria. Deve ter havido uma razão para o pedido ir para o gabinete.
Folha - Mas o pedido do empresário não foi para lá.
Sílvio Mitre - Talvez tenha
havido algum problema, alguma pendência judicial
com a fundação.
Folha - Sua equipe, em Minas, analisou o processo?
Sílvio Mitre - Apenas do
ponto de vista técnico.
Folha - O sr. sabia que a concessão estava sendo dada a
um ministro, na ocasião?
Sílvio Mitre - Na época,
não. Soube depois, com a
publicação pelo jornal.
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