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Empresário pretende processar ex-ministros
DA SUCURSAL DO RIO
O empresário de radiodifusão
Antonino José Amorim, proprietário da rádio Ouro Verde e da retransmissora educativa TV Paraíso, de São Sebastião do Paraíso
(Sul de Minas) afirmou ontem à
Folha que entrará com ação judicial pedindo a anulação do decreto do presidente Fernando Henrique Cardoso que deu a concessão
de uma TV educativa à fundação
ligada ao ex-ministro dos Esportes Carlos Melles.
Disse que também processará
os ex-ministros Pimenta da Veiga
e Carlos Melles por suposto abuso
de autoridade.
FHC assinou o decreto em abril
de 2001. A concessão foi confirmada pela Câmara, em novembro, e pelo Senado, em dezembro.
O empresário sustenta que os
ex-ministros teriam induzido o
presidente a erro. Ele afirma que
tem licença para retransmissão de
TV educativa desde 1989 e que
nunca sofreu multa ou advertência do ministério ou da Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações). A licença permite que
produza até duas horas por dia de
programação local.
Segundo ele, em 1988 foi baixado o decreto 2.593 (assinado por
FHC e Pimenta da Veiga), que definiu a nova regulamentação do
serviço de retransmissão de TV e
deu prazo de um ano para que os
antigos retransmissores de TV
educativa pleiteassem concessão
como geradores de programação.
No ano seguinte, um novo decreto (3.451) foi baixado, prorrogando por mais um ano o prazo
de adaptação dos antigos retransmissores. Em 2001, mais um decreto (3.965) estendeu o prazo até
15 de maio de 2003.
O empresário diz que vem pedindo a conversão da licença em
concessão desde 1988, quando a
Amitec (Associação Mineira das
TVs Comunitárias) fez uma solicitação coletiva. Afirma que criou
uma fundação para pleitear a concessão, seguindo orientação do
ministério, e que está dentro do
prazo para a adaptação estabelecido pelo governo.
"O decreto do presidente me dá
prazo até maio de 2003 e, antes
disso, eles deram a concessão para a fundação do ex-ministro Melles. Considero que foi desrespeitada uma norma do presidente e
que houve abuso de autoridade."
Em entrevista à Folha, no dia 26
de agosto, Melles negou ser o beneficiário da TV educativa. Disse
que a fundação pertence à cidade,
não a ele, mas admitiu ter sido dele a iniciativa de criar a entidade e
de levar o pedido de concessão ao
governo.
(EL)
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