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Advogado diz que há só "especulação"
Ignácio é notificado para entregar defesa
FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA
A Assembléia Legislativa do Espírito Santo notificou ontem o governador José Ignácio Ferreira (PTN) sobre o pedido do STJ (Superior Tribunal de Justiça) para
processá-lo. Ele é acusado de crimes contra o sistema financeiro e
eleitoral. Para abrir o processo, no
entanto, o STJ depende da concessão da Assembléia.
O presidente da CCJ (Comissão
de Constituição e Justiça) da Casa,
Luiz Carlos Moreira (PMDB),
adiantou que o relatório da comissão será favorável à abertura
do processo contra o governador.
O posicionamento do presidente
da Assembléia, José Carlos Gratz
(PFL), também é de colocar o pedido em votação logo que receba
o parecer da CCJ.
O próprio governador tem declarado ser favorável à concessão
da licença para processá-lo. Ele
deve abrir mão do prazo de dez
sessões legislativas que tem para
apresentar defesa prévia, a contar
do recebimento da notificação.
Apesar de Gratz, aliado de Ignácio, controlar 28 dos 30 deputados, a não concessão da licença geraria apenas desgaste político,
já que em 31 de dezembro termina o mandato do governador. A
partir dessa data ele pode ser processado pela Justiça comum.
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, ofereceu
denúncia contra Ignácio e outras
11 pessoas por envolvimento em
operação de empréstimo supostamente fraudulenta no Banestes
(Banco do Estado do Espírito
Santo), para quitar dívidas da
campanha de Ignácio, após ter sido eleito para o governo, em 1998.
Ignácio é acusado de ter montado uma operação fraudulenta para, após tomar um empréstimo de
R$ 2,6 milhões, sem oferecer as
garantias normalmente exigidas,
transferir o dinheiro a três doadores da campanha, que por sua vez
depositaram o valor em outra
conta dele como "doação".
Outro lado
O governador se manifestará
pela concessão de licença para o
STJ processá-lo, ao invés de apresentar defesa prévia solicitada pela Casa ontem. "Ele pretende ter a
oportunidade de demonstrar que
a denúncia feita pela Procuradoria Geral da República é manifestamente incabível e improcedente", disse o advogado do governador, Nabor Bulhões.
Ainda de acordo com o advogado, as acusações "não passam de
especulação" e foram motivadas
por uma operação bancária "complexa", mas não criminosa.
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