São Paulo, quarta-feira, 04 de setembro de 2002

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Advogado diz que há só "especulação"

Ignácio é notificado para entregar defesa

FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA

A Assembléia Legislativa do Espírito Santo notificou ontem o governador José Ignácio Ferreira (PTN) sobre o pedido do STJ (Superior Tribunal de Justiça) para processá-lo. Ele é acusado de crimes contra o sistema financeiro e eleitoral. Para abrir o processo, no entanto, o STJ depende da concessão da Assembléia.
O presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa, Luiz Carlos Moreira (PMDB), adiantou que o relatório da comissão será favorável à abertura do processo contra o governador. O posicionamento do presidente da Assembléia, José Carlos Gratz (PFL), também é de colocar o pedido em votação logo que receba o parecer da CCJ.
O próprio governador tem declarado ser favorável à concessão da licença para processá-lo. Ele deve abrir mão do prazo de dez sessões legislativas que tem para apresentar defesa prévia, a contar do recebimento da notificação.
Apesar de Gratz, aliado de Ignácio, controlar 28 dos 30 deputados, a não concessão da licença geraria apenas desgaste político, já que em 31 de dezembro termina o mandato do governador. A partir dessa data ele pode ser processado pela Justiça comum.
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, ofereceu denúncia contra Ignácio e outras 11 pessoas por envolvimento em operação de empréstimo supostamente fraudulenta no Banestes (Banco do Estado do Espírito Santo), para quitar dívidas da campanha de Ignácio, após ter sido eleito para o governo, em 1998.
Ignácio é acusado de ter montado uma operação fraudulenta para, após tomar um empréstimo de R$ 2,6 milhões, sem oferecer as garantias normalmente exigidas, transferir o dinheiro a três doadores da campanha, que por sua vez depositaram o valor em outra conta dele como "doação".

Outro lado
O governador se manifestará pela concessão de licença para o STJ processá-lo, ao invés de apresentar defesa prévia solicitada pela Casa ontem. "Ele pretende ter a oportunidade de demonstrar que a denúncia feita pela Procuradoria Geral da República é manifestamente incabível e improcedente", disse o advogado do governador, Nabor Bulhões.
Ainda de acordo com o advogado, as acusações "não passam de especulação" e foram motivadas por uma operação bancária "complexa", mas não criminosa.



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