São Paulo, domingo, 04 de setembro de 2005

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Fundos pediram intervenção, diz Miro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-ministro das Comunicações Miro Teixeira, deputado pelo PT do Rio, disse que os dirigentes dos fundos de pensão sempre se "lamuriavam diretamente" com ele para que interviesse no acordo de acionistas da Brasil Telecom e destituísse o Opportunity do comando da empresa.
"As frases [usadas pelos dirigentes dos fundos] eram muito alarmantes: "Isso vai nos causar um prejuízo irreparável, vai ser um dano irreparável, vai ser preciso tomar medidas preventivas'", contou o deputado. "Não há medidas preventivas a tomar, medida preventiva é judicial."
Na opinião de Teixeira, o caso era uma discussão entre pessoas jurídicas de direito privado. "A Lei Geral de Telecomunicações não me dava poder algum de interveniência nisso."
O ex-ministro contou que sempre havia alguém dos fundos de pensão batendo à sua porta. "Muito insistentemente a Previ. Era o Sérgio [Rosa, presidente do fundo]", disse.
Segundo ele, houve também uma reunião no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), em meados de 2003, na qual o assunto também foi tratado. Disse lembrar que nessa ocasião também estava, além de Sérgio Rosa, o presidente da Petros, Wagner Oliveira. Disse que os dirigentes dos fundos, acompanhados de advogados, fizeram uma exposição longa sobre o que se passava na Brasil Telecom. Contou que acusavam o Opportunity de má gestão e de cobrar taxas como gestor além do que estava previsto no contrato.
Para o deputado, os petistas no comando dos fundos de pensão "tinham uma impressão inicial de um poder de intervenção do Estado". "A intervenção do Estado é possível quando você tem a possibilidade de colapso. Aí é outra coisa, é encampação", afirmou.
Em sua avaliação, a reação dos presidentes das fundações se devia ao "desconhecimento". Disse que Sérgio Rosa reclamava que era inaceitável o Opportunity, com um pequeno capital, deter o controle da Brasil Telecom. Segundo ele, Rosa defendia que o acordo tinha que ser anulado. "Eu digo, ué, denuncia judicialmente. Há previsão legal para tudo isso."

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