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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Cautela domina discurso sobre economia
Presidenciáveis começam a assumir compromissos para a política econômica, mas ainda não explicam como atingir metas
Lula afirma que manterá o superávit primário de 4,25% e Alckmin promete a queda da equação dívida/PIB para 30% ao longo de dez anos
MALU DELGADO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Os três principais candidatos
à Presidência -Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Heloísa Helena
(PSOL)- adotam um discurso
cauteloso quando pressionados
a detalhar ações de política econômica, mas começam a assumir alguns compromissos, ainda que não expliquem como
atingir tais metas.
Em questionários enviados
pela Folha às respectivas coordenações de campanha, Lula
afirma que manterá o superávit
primário de 4,25% em 2007;
Alckmin promete a queda da
equação dívida/PIB para 30%
ao longo de dez anos; e Heloísa
Helena prega uma cartilha de
esquerda: aumento das alíquotas de impostos sobre o patrimônio e herança e progressividade do Imposto de Renda.
Todos rejeitam o aumento
da carga tributária para o próximo período de governo
(2007-2010) e enfatizam a
crença de que a trajetória de
queda dos juros será mantida.
Lula sequer aceita que houve
aumento de carga tributária
durante seu governo, apesar
de, sob a gestão petista, a tributação ter alcançado o patamar
recorde de 37,37% do PIB em
2005. Alckmin o contesta. "Nós
estamos chegando perto de
39% do PIB."
Lula promete "aprofundar os
programas de desoneração tributária" para fortalecer o setor
privado e expandir a capacidade de investimentos. Evita antecipar quais tributos serão alterados, assim como se furta a
definir qual é a meta de inflação necessária para crescer: "A
meta ideal para o Brasil é aquela que garanta principalmente
à população carente a preservação do poder de compra de
seus rendimentos".
Alckmin dá ênfase especial a
um tripé que combine redução
da carga fiscal pelo enxugamento dos gastos, eficiência
administrativa e aumento nos
investimentos do Estado. Mas
também rejeita anunciar sua
meta de inflação e do superávit.
A senadora também não
aponta metas de inflação nem
de superávit primário, mas não
deixa dúvidas, porém, que pretende adotar uma política "a la
Robin Hood": amenizar a carga
tributária dos pobres e elevar a
dos mais ricos. "Pobres e assalariados, por exemplo, pagam
proporcionalmente muito
mais impostos do que ricos e
donos de propriedades."
Defensora de uma flutuação
cambial administrada, Heloísa
é otimista em apontar a taxa de
crescimento que pretende buscar: "Nossa meta é retomar a
taxa história de 6% a 7% ao
ano. Isso implica recolocar a
taxa de investimento em um
patamar não inferior a 25% do
PIB, ou seja, ganhar pelo menos 6% do PIB em relação à taxa atual", disse ela.
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