DA SUCURSAL DO RIO
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O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), defendeu ontem a adoção de medidas legislativas que limitem o uso dos grampos. Segundo ele, os grampos devem ser usados só para investigação, e não para espionagem.
"Os grampos têm um papel no combate à criminalidade, mas só têm esse papel. Não têm a finalidade de espionar, fofocar, interferir nos demais poderes, isso é um desvirtuamento completo", disse após participar da edição especial do Fórum Nacional, organizado pelo economista João Paulo dos Reis Velloso.
Para Serra, a revelação de uma conversa entre o presidente do STF, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) mostrou um poder paralelo: "Isso é antidemocrático, e mais do que isso, é um insulto à democracia e às instituições".
O PSDB vai orientar que seus candidatos a prefeito usem, em seus programas eleitorais na TV, a nota de repúdio contra o grampo divulgada ontem pelo partido. O texto é assinado em conjunto com o DEM e o PPS.
A decisão de orientar os candidatos a usarem a nota foi tomada ontem na reunião da Executiva Nacional do PSDB, em Brasília. Os tucanos decidiram que vão articular duas CPIs no Congresso: "Queremos uma na Câmara e outra no Senado", disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Ontem à noite, líderes da oposição visitaram o presidente do STF, Gilmar Mendes, e saíram do encontro pedindo a demissão do general Jorge Armando Felix (Segurança Institucional) e do ministro Tarso Genro (Justiça).
"O presidente tem que limpar a área, botar para fora esse pessoal todo, inclusive esse general [Jorge Felix]", disse Guerra. "O presidente já deveria ter demitido o general e toda a estrutura da Abin, e inclusive o ministro da Justiça, responsável por essa política de grampo", disse o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ).


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