São Paulo, quinta-feira, 04 de setembro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Marta afirma que vitória de Alckmin tira Serra de 2010

Logo depois, a candidata petista disse ter sido um "equívoco" falar sobre os tucanos

O ex-governador rebateu: "Ela está com medo da parceria. (...) O que ela não quer é que eu esteja no segundo turno com ela"


RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO

A candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, afirmou ontem acreditar que uma vitória do tucano Geraldo Alckmin deixaria o governador José Serra (PSDB) de fora da disputa presidencial de 2010.
Ao mesmo tempo em que explorou a suposta disputa entre Serra e Alckmin dentro do PSDB, ela disse que vencer em São Paulo é importante para dar "força" ao sucessor de Luiz Inácio Lula da Silva.
"Vamos dar uma força para o governo federal danada. Por que é importante ganhar aqui?
Porque vamos dar muita força para a eleição de 2010. Todo mundo sabe que, se ganhar o Alckmin, o Serra não é candidato a presidente", disse em entrevista ao jornal "O Globo".
Logo em seguida, afirmou que não deveria ter tocado no assunto. "Foi um equívoco ter me manifestado sobre isso, não é pauta nossa."
Alckmin rebateu: "Ela está com medo da parceria porque já foi derrotada por essa parceria em 2004. Eu e o Serra já vencemos as eleições. O que ela não quer é que eu esteja no segundo turno com ela", disse.
Dois dos principais expoentes do PSDB atualmente, Alckmin e Serra travaram uma disputa de bastidores em 2006 em torno da candidatura à Presidência. Na ocasião, Alckmin saiu candidato ao Planalto; Serra, ao governo do Estado.
Neste ano, aliados do governador deram força à candidatura de Gilberto Kassab (DEM). Alckmin se lançou contra a vontade desses serristas.
Para alguns tucanos e petistas, a vitória de Alckmin agora representaria um golpe em Serra e fortaleceria as pretensões presidenciais do governador Aécio Neves (PSDB-MG).
Ainda na entrevista ao "Globo", Marta classificou a situação de Alckmin e Kassab como "péssima". "Vamos ver como eles vão estar [no segundo turno], se vão estar se falando, ou se estapeando, porque a situação hoje deles é péssima." Kassab disse não ver vinculação entre a eleição municipal e a presidencial.
Também ao "Globo", Marta disse não ter constrangimento de receber o apoio do presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva, investigado sob suspeita de recebimento de propina. "O Paulo simboliza a Força Sindical, ela simboliza o trabalhador, nós estamos juntos."


Colaboraram FERNANDO BARROS DE MELLO e ANA FLOR , da Reportagem Local


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