São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

O Newtão de Alckmin

Aliados de Geraldo Alckmin gaguejam quando questionados sobre o possível efeito, para alguém que pretende vencer Lula empunhando a bandeira da ética, de aparecer em fotos ao lado dos Garotinhos no mesmo dia em que surge nova denúncia de compra de votos ligada ao grupo comandado pelo casal.
No Rio, Alckmin extraiu mais de 40% de seus votos do interior, onde Garotinho é forte. Foi pior na capital, onde há alta rejeição ao ex-governador.
Há até quem enxergue no movimento de Garotinho em direção a Alckmin uma tentativa de ajudar Sérgio Cabral, que acaba de pular no palanque de Lula. Os rumos diferentes levariam o eleitor que rejeita Garotinho a dissociá-lo do candidato peemedebista.

X-rated. Não dá para publicar o que Lula tem falado de Aloizio Mercadante.

Fase sorriso. Um fotógrafo de agência internacional que esperou por quatro anos a chance de estar com Lula, sem jamais ter obtido resposta, recebeu na segunda sinal verde do Planalto para acompanhar um dia do presidente.

Revisão. Lula avalia que errou ao se aliar a Newton Cardoso (PMDB) em Minas. Em reunião do conselho político, disse que o movimento deixou Aécio Neves (PSDB) sem espaço para ficar "neutro".

Time novo. Alckmin telefonou a Joaquim Roriz, eleito senador, para lhe entregar o bastão de coordenador de sua campanha no DF. Pode gerar ciumeira com o novo governador, José Roberto Arruda, raro pefelista que, no tempo das vacas magras, levou o tucano para seu palanque.

Zona de guerra. Em busca de uma ponte com o PSB, que é Lula, Alckmin enviou emissários a Roberto Amaral, presidente interino da sigla, e a Ciro Gomes, oficialmente escalado para espancar os tucanos no segundo turno.

Dois irmãos. No "Jornal de Debates" (www.jornaldedebates.com.br), o sociólogo Francisco de Oliveira compara FHC e Lula a Caim e Abel, "sem que se saiba quem é o primeiro e quem é o segundo". Até ontem, a publicação havia recebido 70 artigos sobre o tema: "Quem deve ser o próximo presidente?".

Ninho. Em reunião com Lula, José Sarney (PMDB-AP) relatou que Roseana vem sofrendo pressões do PFL por ter apoiado o presidente no primeiro turno. O senador pediu ajuda para que o PT não se junte à frente de oposição à sua filha no Estado.

Água e óleo. Começou mal o namoro entre PT e Esperidião Amin em Santa Catarina. Os petistas não assimilaram o fato de ter de apoiar o candidato do PP, um adversário histórico que chegou a declarar voto em Alckmin no primeiro turno. A conversa entre Amin e José Fritsch, ontem, terminou sem avanços.

O escolhido. Cortejado tanto pela campanha de Eduardo Campos (PSB) como pela de Mendonça Filho (PFL), Armando Monteiro Neto (PTB), presidente da CNI e campeão de votos para deputado em Pernambuco, ficará com a primeira opção.

Inércia. Em reunião hoje, a Força Sindical deve liberar seus afiliados para decidir o rumo a tomar no segundo turno da disputa presidencial. No primeiro, entre 30% e 40% dos sindicatos foram de Lula; o restante, de Alckmin.

Fatura. O setor pró-tucano do PMDB-SP planeja bater chapa com Orestes Quércia na escolha da nova direção estadual, em novembro. O grupo atribui ao ex-governador, maltratado pelas urnas, o fraco desempenho da sigla.

Na cadeira. Com a viagem de Cláudio Lembo (PFL), domingo, para o Uruguai, o presidente da Assembléia paulista, Rodrigo Garcia (PFL), 32, assumirá pela primeira vez o comando do Estado. Lembo retorna na terça-feira.

Tiroteio

"No segundo turno você tem de escolher o cavalo em que vai montar, ou o eleitor não entende nada. Alckmin passará a imagem de que aceita tirar foto com corrupto."
Do líder do PFL na Câmara, RODRIGO MAIA (RJ), sobre o apoio do casal Garotinho, anunciado ontem, ao candidato tucano à Presidência.

Contraponto

Pagando o pato

O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) ligou para o colega de partido Teotonio Vilela Filho, que estava em campanha para o governo de Alagoas, a fim de avisá-lo de que preparara seu prato preferido: pato no tucupi. O celular, porém, estava com o irmão e tesoureiro do candidato.
-Gostaria de saber como faço para mandar um pato no tucupi para o Teo-, explicou Ribeiro ao telefone.
O irmão imaginou que se tratava de um doador falando em código, e forneceu a instrução:
-Deposite na conta da campanha- disse o tesoureiro, que já ia dando o número quando foi interrompido:
-Você não entendeu: quero mandar um pato mesmo!


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