São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2006

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Ida de Alckmin para 2º turno não agrada a argentinos

BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES

Assim como aconteceu com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2002, agora é o tucano Geraldo Alckmin quem é visto como ameaça pelo mercado -mas na vizinha Argentina.
O governo de Néstor Kirchner não gostou da notícia de que haverá segundo turno. Além de temer um "efeito contágio", que beneficiou o próprio Kirchner em 2003 após a vitória de Lula, há a idéia de que o petista é "mais previsível" e comprometido com o projeto argentino para o Mercosul.
A oposição se aproveita para dizer que, se a reeleição não será fácil para Lula, também não o será para Kirchner.
A incerteza sobre o destino no Brasil também preocupa analistas do mercado, que esperam um período de grande instabilidade na Bolsa. Entre os empresários, o mesmo discurso tucano que agrada à Fiesp é um pesadelo para a UIA (União Industrial Argentina), que, no cenário argentino, tem importância política equivalente à da entidade paulista. Para eles, uma eventual vitória de Alckmin seria um risco para a economia de seu país, com um real mais desvalorizado, enquanto Lula é visto como "um homem comprometido com a industrialização da Argentina".
O ministro Tarso Genro disse que é importante que os argentinos apóiem Lula porque Alckmin "tem uma visão totalmente vinculada à Alca", e não aos interesses do Mercosul.


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