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Ida de Alckmin para 2º turno não agrada a argentinos
BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES
Assim como aconteceu com
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
em 2002, agora é o tucano Geraldo Alckmin quem é visto como ameaça pelo mercado
-mas na vizinha Argentina.
O governo de Néstor Kirchner não gostou da notícia de
que haverá segundo turno.
Além de temer um "efeito contágio", que beneficiou o próprio
Kirchner em 2003 após a vitória de Lula, há a idéia de que o
petista é "mais previsível" e
comprometido com o projeto
argentino para o Mercosul.
A oposição se aproveita para
dizer que, se a reeleição não será fácil para Lula, também não
o será para Kirchner.
A incerteza sobre o destino
no Brasil também preocupa
analistas do mercado, que esperam um período de grande
instabilidade na Bolsa. Entre os
empresários, o mesmo discurso tucano que agrada à Fiesp é
um pesadelo para a UIA (União
Industrial Argentina), que, no
cenário argentino, tem importância política equivalente à da
entidade paulista. Para eles,
uma eventual vitória de Alckmin seria um risco para a economia de seu país, com um real
mais desvalorizado, enquanto
Lula é visto como "um homem
comprometido com a industrialização da Argentina".
O ministro Tarso Genro disse que é importante que os argentinos apóiem Lula porque
Alckmin "tem uma visão totalmente vinculada à Alca", e não
aos interesses do Mercosul.
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