São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2006

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Deputado estadual mais bem votado do PT, Rui Falcão já pensa no projeto Marta-2008

MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Eleito deputado estadual com a melhor votação do PT em São Paulo -e quarto colocado na classificação geral, com 183.364 votos-, Rui Falcão volta à Assembléia com força para organizar a campanha de Marta Suplicy à prefeitura da capital paulista em 2008. Falcão aposta numa relação respeitosa de José Serra (PSDB), devido à remoção de obstáculos regimentais para instalação de CPIs. Leia a seguir os principais trechos da entrevista concedida por ele.

 

Folha - O sr. já começa a trabalhar pela candidatura de Marta Suplicy em 2008? Como será sua atuação na Assembléia?
Rui Falcão -
São duas coisas. Na Assembléia eu vou cumprir meus compromissos de mandato, fazer uma oposição programática, apresentar propostas de integração do Bilhete Único metropolitano, a tarifa social de água e luz, tentar implantar o orçamento participativo estadual e fiscalizar o governo, que é papel dos parlamentares. Como militante do PT, quero me engajar na organização da campanha da Marta à prefeitura em 2008. É uma coisa que posso fazer melhor como deputado estadual que federal, que por obrigação tem que ficar pelo menos três dias por semana fora daqui.

Folha - A Marta está decidida e preparada para disputar em 2008?
Falcão -
Ao explicar para a população porque não era candidata agora, ela dizia que em 2008 quer voltar. É um sentimento. Mas não tem nada planejado, nem resolvido. Ela nunca me falou: "Olha, vamos começar a fazer a campanha".

Folha - O caso dossiê foi o que prejudicou a campanha do PT no Estado ou houve outros ingredientes?
Falcão -
Acho que o dossiê sobreleva todos os demais. Eu acho até que teve mais impacto na candidatura do Lula que na de Mercadante. A maneira de resolver isso em definitivo seria afunilar e esclarecer todos os aspectos deste caso do dossiê, ver o que ele contém e quem está envolvido e quem não está. Do ponto de vista do PT, temos que buscar os responsáveis pela trapalhada, dar o direito de defesa e se ficar comprovado a participação, expulsá-los.

Folha - A decisão do presidente Lula de colocar a Marta na coordenação em São Paulo pode estreitar a vantagem de Geraldo Alckmin no Estado?
Falcão -
A Marta pode cumprir qualquer papel de relevo. É a maior liderança nacional do PT depois do Lula. Já integra o conselho político do presidente desde o primeiro turno. Além disso, haverá um engajamento muito maior agora, porque você já tem os deputados eleitos e as pessoas vão se concentrar totalmente na campanha do Lula.

Folha - O PT elegeu 20 deputados estaduais. José Serra terá uma força grande na Assembléia. Como será articulada a oposição?
Falcão -
Vamos ver o quadro político depois de 29 de outubro e a composição do governo de Serra. Eu imagino que ele vá ter uma posição de respeito com a Assembléia Legislativa, de consulta, negociação. Até porque uma das coisas do rolo compressor era a impossibilidade de instalar CPIs. Isso foi modificado por visão do Supremo Tribunal Federal. Então acho que o Serra terá uma relação mais respeitosa com a CPI.


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