São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Lula escala ministros e governadores para reforçar campanha

Quatro integrantes do primeiro escalão do governo devem tirar férias para buscar votos para o petista em seus Estados

Presidente convocou para hoje reunião com seis petistas e aliados que venceram disputas estaduais no primeiro turno


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Numa operação de guerra que contrasta com o tom suave e confiante do primeiro turno, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escalou ministros para bater duro no candidato ao Palácio do Planalto do PSDB, Geraldo Alckmin, e decidiu que alguns deles vão tirar férias do ministério para se engajar completamente na campanha.
Além disso, o presidente ampliou o conselho político da campanha com vitoriosos na primeira fase e se reunirá hoje com governadores aliados eleitos. A idéia é fazer um "mutirão" de aliados para distribuir missões de combate nos Estados. Lula também adotará discurso mais à esquerda para tentar capturar votos que foram dados ao ex-petistas Heloísa Helena (PSOL) e Cristovam Buarque (PDT).
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu entrevista no ministério ontem para acusar Alckmin de querer cortar gastos sociais se eleito. "Até agora não vi o programa econômico do candidato Alckmin."
Já Tarso Genro (Relações Institucionais) foi explícito ao relacionar Alckmin à administração do tucano Fernando Henrique Cardoso, presidente por dois mandatos entre 1995 e 2002. Tarso disse que Lula, num debate, perguntará a Alckmin "qual a posição do PSDB sobre a compra de votos para a reeleição e por que a investigação foi abafada".
Em 1997, a Folha revelou que parlamentares da base de FHC receberam dinheiro para votar a favor da emenda constitucional que instituiu a reeleição no país.

Debate ético
A orientação da cúpula da campanha a aliados e ministros é fazer um debate ético com os tucanos. Ou seja, tentar combater o desgaste do caso do dossiê com lembranças de acusações de corrupção nos governos FHC e Alckmin.
Os governadores eleitos do PT e de partidos aliados deverão dizer aos eleitores de seus Estados que será melhor ter um aliado na Presidência.
O ministro Walfrido Mares Guia (Turismo) tirará férias de um mês. Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Hélio Costa (Comunicações) e Luiz Marinho (Trabalho) também deverão fazer o mesmo. Os três primeiros atuarão em Minas. O último, em São Paulo, Estado decisivo para que acontecesse o segundo turno.
Tarso Genro disse que Lula participará de debates porque, no segundo turno, "fica muito mais fácil para as pessoas perceberem a diferença de propostas e programas e o comportamento que os agrupamentos políticos tiveram no poder".
"A nós interessa esse debate ético por duas razões. Teremos a oportunidade de verificar quem teve a coragem de investigar, cortar na própria carne e proporcionar as punições para pessoas próximas e do partido governante", afirmou.
A reunião com governadores eleitos está marcada para hoje, às 9h, no Alvorada. Devem participar, além de Wagner e Déda, Binho Marques (AC) e Wellington Dias (PI), além de Cid Gomes (PSB-CE) e Eduardo Braga (PMDB-AM).
(FÁBIO ZANINI, PEDRO DIAS LEITE, LUCIANA CONSTANTINO E KENNEDY ALENCAR)

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