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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Lula escala ministros e governadores para reforçar campanha
Quatro integrantes do primeiro escalão do governo devem tirar férias para buscar votos para o petista em seus Estados
Presidente convocou para hoje reunião com seis petistas e aliados
que venceram disputas estaduais no primeiro turno
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Numa operação de guerra
que contrasta com o tom suave
e confiante do primeiro turno,
o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva escalou ministros para
bater duro no candidato ao Palácio do Planalto do PSDB, Geraldo Alckmin, e decidiu que alguns deles vão tirar férias do
ministério para se engajar
completamente na campanha.
Além disso, o presidente ampliou o conselho político da
campanha com vitoriosos na
primeira fase e se reunirá hoje
com governadores aliados eleitos. A idéia é fazer um "mutirão" de aliados para distribuir
missões de combate nos Estados. Lula também adotará discurso mais à esquerda para tentar capturar votos que foram
dados ao ex-petistas Heloísa
Helena (PSOL) e Cristovam
Buarque (PDT).
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu entrevista no
ministério ontem para acusar
Alckmin de querer cortar gastos sociais se eleito. "Até agora
não vi o programa econômico
do candidato Alckmin."
Já Tarso Genro (Relações
Institucionais) foi explícito ao
relacionar Alckmin à administração do tucano Fernando
Henrique Cardoso, presidente
por dois mandatos entre 1995 e
2002. Tarso disse que Lula,
num debate, perguntará a Alckmin "qual a posição do PSDB
sobre a compra de votos para a
reeleição e por que a investigação foi abafada".
Em 1997, a Folha revelou
que parlamentares da base de
FHC receberam dinheiro para
votar a favor da emenda constitucional que instituiu a reeleição no país.
Debate ético
A orientação da cúpula da
campanha a aliados e ministros
é fazer um debate ético com os
tucanos. Ou seja, tentar combater o desgaste do caso do dossiê
com lembranças de acusações
de corrupção nos governos
FHC e Alckmin.
Os governadores eleitos do
PT e de partidos aliados deverão dizer aos eleitores de seus
Estados que será melhor ter
um aliado na Presidência.
O ministro Walfrido Mares
Guia (Turismo) tirará férias de
um mês. Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Hélio
Costa (Comunicações) e Luiz
Marinho (Trabalho) também
deverão fazer o mesmo. Os três
primeiros atuarão em Minas. O
último, em São Paulo, Estado
decisivo para que acontecesse o
segundo turno.
Tarso Genro disse que Lula
participará de debates porque,
no segundo turno, "fica muito
mais fácil para as pessoas perceberem a diferença de propostas e programas e o comportamento que os agrupamentos
políticos tiveram no poder".
"A nós interessa esse debate
ético por duas razões. Teremos
a oportunidade de verificar
quem teve a coragem de investigar, cortar na própria carne e
proporcionar as punições para
pessoas próximas e do partido
governante", afirmou.
A reunião com governadores
eleitos está marcada para hoje,
às 9h, no Alvorada. Devem participar, além de Wagner e Déda,
Binho Marques (AC) e Wellington Dias (PI), além de Cid Gomes (PSB-CE) e Eduardo Braga
(PMDB-AM).
(FÁBIO ZANINI, PEDRO DIAS LEITE, LUCIANA CONSTANTINO E KENNEDY ALENCAR)
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