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Heloísa "proíbe" militantes do PSOL de revelarem candidatos em quem votarão
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Terceira colocada no primeiro turno da disputa presidencial e presidente do PSOL, a senadora Heloísa Helena (AL) fez
um discurso ontem no qual
"proibiu" os filiados do partido
de manifestarem publicamente
seus votos no segundo turno.
Heloísa usou a tribuna do Senado para ratificar que ficará
neutra na disputa. A Executiva
do PSOL reuniu-se no gabinete
de senadora para firmar uma
resolução no mesmo sentido.
A senadora ressaltou que a
reunião foi feita por conta das
especulações sobre o apoio de
membros do PSOL ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ela disse que Plínio de Arruda
Sampaio, candidato derrotado
ao governo de São Paulo, foi
procurado pelo ministro Guido
Mantega (Fazenda).
"Não adianta o Guido Mantega ligar para o Plínio de Arruda
Sampaio. O PSOL tem posição.
É contra o projeto neoliberal
do PT e do PSDB", disse ela.
"Lá na urna, tudo bem. Pode
votar em quem quiser. Mas publicamente não. Se quiser, tem
de ir para o PSDB ou para o
PT", completou a senadora.
No discurso, atacou só Lula:
"O único detalhe que me dá um
mistozinho de frustração é não
ter podido enfrentar Lula em
debate nenhum. Porque, infelizmente, ele ficou lá sentadinho no seu troninho podre de
corrupção, arrogância e covardia política. E não teve coragem
de ficar bem pertinho de mim".
Ela disse ainda que não aceita
conversar sobre apoios a Lula
ou Alckmin. "Não vou quebrar
o septo nasal de ninguém. Mas
não adianta vir falar comigo",
disse. "Eu não sou vaqueira para liberar gado. Meus eleitores
são livres", completou.
Parlamentares do PSOL ficaram surpresos com a proibição.
"Eu preciso ler a resolução do
partido. Não podemos aceitar
uma neutralidade insossa", disse o deputado Chico Alencar
(PSOL-RJ), um dos únicos três
da sigla a se reeleger. O ex-petista disse que o partido precisa
discutir qual é o candidato que
se aproxima mais do programa
do PSOL. E reconheceu: "É óbvio que a conversa é fácil mais
com o PT, mas também é difícil
pela traição programática que
ocorreu no governo Lula".
Outro deputado do PSOL
reeleito disposto a apoiar Lula é
Ivan Valente (SP). "O perfil do
partido já sinaliza a impossibilidade de votar no Alckmin",
disse. "Temos de mostrar o que
é mais nocivo para o país."
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