São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2006

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Heloísa "proíbe" militantes do PSOL de revelarem candidatos em quem votarão

ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Terceira colocada no primeiro turno da disputa presidencial e presidente do PSOL, a senadora Heloísa Helena (AL) fez um discurso ontem no qual "proibiu" os filiados do partido de manifestarem publicamente seus votos no segundo turno.
Heloísa usou a tribuna do Senado para ratificar que ficará neutra na disputa. A Executiva do PSOL reuniu-se no gabinete de senadora para firmar uma resolução no mesmo sentido.
A senadora ressaltou que a reunião foi feita por conta das especulações sobre o apoio de membros do PSOL ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela disse que Plínio de Arruda Sampaio, candidato derrotado ao governo de São Paulo, foi procurado pelo ministro Guido Mantega (Fazenda).
"Não adianta o Guido Mantega ligar para o Plínio de Arruda Sampaio. O PSOL tem posição. É contra o projeto neoliberal do PT e do PSDB", disse ela.
"Lá na urna, tudo bem. Pode votar em quem quiser. Mas publicamente não. Se quiser, tem de ir para o PSDB ou para o PT", completou a senadora.
No discurso, atacou só Lula: "O único detalhe que me dá um mistozinho de frustração é não ter podido enfrentar Lula em debate nenhum. Porque, infelizmente, ele ficou lá sentadinho no seu troninho podre de corrupção, arrogância e covardia política. E não teve coragem de ficar bem pertinho de mim".
Ela disse ainda que não aceita conversar sobre apoios a Lula ou Alckmin. "Não vou quebrar o septo nasal de ninguém. Mas não adianta vir falar comigo", disse. "Eu não sou vaqueira para liberar gado. Meus eleitores são livres", completou.
Parlamentares do PSOL ficaram surpresos com a proibição. "Eu preciso ler a resolução do partido. Não podemos aceitar uma neutralidade insossa", disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), um dos únicos três da sigla a se reeleger. O ex-petista disse que o partido precisa discutir qual é o candidato que se aproxima mais do programa do PSOL. E reconheceu: "É óbvio que a conversa é fácil mais com o PT, mas também é difícil pela traição programática que ocorreu no governo Lula".
Outro deputado do PSOL reeleito disposto a apoiar Lula é Ivan Valente (SP). "O perfil do partido já sinaliza a impossibilidade de votar no Alckmin", disse. "Temos de mostrar o que é mais nocivo para o país."


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