DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, questionou ontem as propostas do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, para a economia e fez promessas para empresários, aposentados e mercado financeiro, exatamente a parcela do eleitorado em que o apoio à candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é pequeno.
As declarações aconteceram após a assessora do ministério se dirigir, por volta de 16h30, até o comitê de imprensa para dizer aos jornalistas que o ministro iria ao Palácio do Planalto e estaria à disposição para responder perguntas. Não esclareceu, porém, o tema da conversa. Ao chegar, o ministro criticou as idéias do tucano para a área econômica. Disse desconhecer o programa de Alckmin, afirmando ter visto apenas "idéias esparsas" e "propostas desencontradas".
Para Mantega, há risco de o PSDB "exagerar na dose" do ajuste fiscal e fazer com que o país não cresça e promover cortes nos programas sociais.
"Vi apenas algumas idéias esparsas. Diz: "Vou fazer mais reformas". Mas que reformas? Não sei. Eu vejo propostas desencontradas. Ora eu vejo: vai fazer um ajuste fiscal mais rígido. Aí me pergunto: ele vai cortar o quê? Vai cortar os programas sociais? É preciso que ele explicite melhor."
As declarações do ministro foram feitas durante o seu horário de trabalho no ministério, o que contradiz a orientação dada pelo TSE aos servidores, autorizados a fazer campanha apenas depois do expediente.
Para agradar ao setor produtivo, especialmente aos empresários, o ministro ressuscitou a reforma tributária. Ao mercado financeiro falou sobre a redução dos gastos do governo.


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