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Empresário vê ilação da PF e diz não ter sociedade com Sarney
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O empresário Gianfranco
Antônio Vitório Artur Perasso
classificou de "ilações" trechos
do relatório da Polícia Federal
sobre a atividade de suas empresas e sua relação com Fernando Sarney. "Você pode ver
um copo meio cheio e meio vazio. Você [PF] vê o que você
quer ver, é o que eu estou sentido aí. Sou profissional há 30
anos, formado na Politécnica
da USP, com MBA nos EUA. Tive empresa de construção, faço
consultoria na área de construção. Dinheiro público? Não temos contrato com órgão público nenhum", afirmou Perasso.
Perasso disse que não foi ouvido pela PF. Segundo o relatório policial, empresas de Perasso foram constituídas, "ao que
se depreende dos diálogos monitorados, para "mascarar" desvios de recursos públicos".
Indagado se é sócio ou faz pagamentos a Fernando Sarney, o
empresário afirmou: "Não sou
sócio dele. Nós fomos sócios na
Proplan há 30 anos, aí ele falou
que foi assumir um cargo público. A partir daí, nós temos só
uma relação de amizade, só isso. Negócios, não".
"O Fernando Sarney é meu
padrinho de casamento, meu
colega de turma de faculdade,
30 anos, e nós somos amigos.
Quer dizer, a gente está sempre
junto, quando ele vem a São
Paulo, a gente sai pra jantar. A
gente tem uma proximidade
muito grande", disse Perasso.
O empresário disse que vai
contratar advogado para atuar
no inquérito. "Soube dessa investigação, estou constituindo
advogado para saber a que se
deve esse tipo de provocação,
porque a gente está no escuro",
disse Perasso.
A empresa Engevix informou, por meio de sua assessoria, que fez pagamentos a Silas
Rondeau depois que ele deixou
o cargo de ministro de Minas e
Energia, e, por isso, não vê nenhuma irregularidade.
A Engevix afirmou, em nota:
"A Folha de S. Paulo tem em
mãos cópias de e-mails trocados entre o engenheiro Silas
Rondeau e a Engevix, cuja publicação constituiria quebra de
sigilo de correspondência(...) A
Engevix informa que mantém
com o engenheiro Silas Rondeau um contrato de prestação
de serviços de consultoria na
análise estratégica de projetos
e empreendimentos ligados ao
setor elétrico, no Brasil e em
mercados externos, em função
de seu profundo conhecimento
da área energética. Os serviços
são remunerados através de
um contrato firmado entre a
Engevix e a empresa Dualcon,
assinado em maio de 2008,
quando o engenheiro Silas
Rondeau não exercia nenhuma
função pública. O contrato se
reveste de todos os princípios
de legalidade e moralidade e
seus valores são compatíveis
com o mercado(...)".
O empresário José Roberto
Dias Gomes, diretor da Federal
Petróleo, de Recife, disse que
"não tem nenhum negócio com
Fernando Sarney", de quem se
disse "amigo". "Eu estava
olhando uns projetos de [energia] eólica, determinado, para
comprar, mas não levou isso à
frente, não teve interesse. A
única coisa que aconteceu foi
isso", disse Gomes.
O executivo disse que na segunda-feira poderia dar esclarecimentos sobre e-mails interceptados. "Não tenho conhecimento disso. É tanto e-mail que eu faço e tanto negócio que eu tenho conhecimento." Gomes negou ter indicado
nome para um cargo no Ministério de Minas e Energia.
A assessoria da empresa
Bioenergy informou que, em
2007, por iniciativa de Gomes,
houve tentativa de adquirir um
terreno pertencente a Fernando Sarney, mas o negócio não
teria prosperado. A assessoria
do Citibank, procurada por e-mail, telefone celular e telefone
fixo entre 19h e 21h de ontem,
não foi localizada.
(EL e RV)
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