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PMDB, PSDB e PT projetam eleger mais prefeitos; DEM deve perder municípios
PP, que aderiu ao governo Lula, espera vencer em dezenas de cidades pequenas do interior e pode ultrapassar o Democratas
Petistas prevêem eleger 70% mais prefeitos que em 2004; tucanos projetam crescimento de 14,8% em
nº de eleitos, e PMDB, 13,5%
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Projeções dos partidos para
as eleições de amanhã indicam
uma alteração no grupo dos
quatro maiores partidos em
número de prefeitos. O G4 perde o DEM (ex-PFL) e pode assistir à entrada do PP -partido
de Paulo Maluf, que aderiu ao
governo Lula no plano federal e
espera ter sucesso em dezenas
de cidades pequenas no interior. PMDB, PSDB e PT, pela
ordem, ficam nas três primeiras colocações.
As projeções obtidas pela Folha nem sempre são expressas
em público pelos dirigentes
partidários, mas são esses os
números que orientam os políticos. O PT é o mais otimista ao
estimar o avanço percentual
que pretende eleger.
A avaliação do partido de Lula é sair dos 411 eleitos em 2004
para algo próximo de 700, uma
alta de 70%. A imensa maioria
dessas possíveis novas cidades
petistas está localizada no Nordeste e em regiões onde o partido nunca se firmou eleitoralmente no passado.
Os petistas sabem, entretanto, que é limitado o efeito político de conquistar muitas cidades nos "grotões do país", como
Tancredo Neves (1910-1985)
costumava se referir às localidades muito afastadas. Há um
certo temor de que o eventual
fracasso em capitais como São
Paulo, Salvador e Porto Alegre
tire todo o brilho do aumento
nominal de prefeitos da sigla.
Já o DEM passa por cenário
inverso ao do PT. Oposição ao
governo federal, a sigla está em
franca decadência em cidades
pequenas. Elegeu 790 prefeitos
em 2004 e hoje já caiu para 670.
Nas previsões dos seus dirigentes, deve sair das urnas ainda
pior, com algo em torno de 430
prefeitos -uma queda não desprezível de 45,6%.
Apesar dessa razia nos seus
domínios municipais, o clima
entre os democratas é de euforia pelo ineditismo da candidatura de Gilberto Kassab na disputa paulistana. Se ele tiver sucesso passando ao segundo turno amanhã, o DEM acredita
que o feito compensará com
folga a quase expulsão de seus
políticos dos grotões -para onde estaria caminhando o PT,
em parte por causa da alta popularidade presidencial e de
programas de distribuição de
renda como o Bolsa Família.
O PSDB pela primeira vez em
muitos anos poderá assistir a
um segundo turno sem nenhum candidato próprio com
chance de vitória nas capitais
do chamado "Triângulo das
Bermudas" da política brasileira: São Paulo, Rio e Belo Horizonte. O cenário menos dramático é o de Minas Gerais, onde
os tucanos apóiam Márcio Lacerda (PSB), o favorito.
Mas essa é apenas uma parte
do cenário tucano. O partido
projeta sair da eleição maior do
que entrou em número de cidades governadas. Em 2004, elegeu 871 prefeitos. Pelas contas
da sigla, pode chegar agora a
1.000 -alta de 14,8% sobre o
obtido quatro anos atrás.
Líder absoluto em número
de cidades, o PMDB espera ampliar a vantagem. Na base da infidelidade partidária, a legenda
já inflou seus 1.057 prefeitos
eleitos em 2004 para 1.212 agora. A expectativa dos dirigentes
é manter 1.200 -aumento de
13,5% sobre quatro anos atrás.
Surpresa
A possível surpresa na parte
de cima do quadro de prefeitos
pode ser o PP -um partido derivado diretamente da Arena,
legenda de sustentação da ditadura militar (1964-1985).
Os pepistas vinham perdendo posições de maneira constante desde 1996. Em 2004,
conquistaram 552 prefeitos.
Agora, aliados a Lula, esperam
subir para 700. O comando do
Ministério das Cidades nas
mãos da agremiação é apontado como o fator principal do sucesso projetado para amanhã.
Colaboraram ALAN GRIPP e LETÍCIA SANDER,
da Sucursal de Brasília
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