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Kassab vira grande líder do DEM e maior fiador do apoio a Serra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Se confirmar amanhã sua ascensão eleitoral, Gilberto Kassab, 48, torna-se o político de
maior sucesso do Democratas
(ex-PFL) na história do partido
na região Sudeste. César Maia,
prefeito do Rio, também é filiado à sigla, mas tem perfil mais
personalista e nunca é considerado um "ex-pefelista de raiz".
Os democratas tentaram várias fórmulas no maior Estado
da Federação, mas fracassaram
sempre. Figuras de expressão
menor na política paulista como José Maria Marin e Nabi
Abi Chedid foram alguns dos
primeiros a tentar a sorte pelo
então PFL. Houve também a
frustração com Antonio Cabrera (ex-ministro da Agricultura)
e com Cláudio Lembo.
Por causa de reveses em série, Kassab também foi inicialmente considerado uma incógnita. Havia herdado a cadeira
sem ter recebido nenhum voto,
pois era vice de José Serra -o
tucano deixou o cargo para disputar o governo estadual em
2006. Para complicar, seu estilo quase tímido de fazer política
o tornava uma zebra ainda
maior na eleição de amanhã.
Agora, além de se tornar uma
alternativa eleitoral real para o
DEM, Kassab traz consigo outro efeito colateral importante
se confirmar sua ascensão: ele
representará a consolidação da
candidatura do tucano José
Serra a presidente em 2010.
O atual prefeito paulistano é
presidente do Conselho Político do Democratas -a instância
partidária responsável por
chancelar alianças eleitorais.
Fará todos os movimentos necessários a favor do atual governador de São Paulo na disputa
pelo Planalto daqui a dois anos.
"O que eu puder fazer para o
Democratas apoiar o Serra eu
farei", diz Kassab abertamente
a quem levanta o assunto sucessão presidencial. "O Serra já
é o favorito para 2010, mesmo
com a economia do jeito que está. Se houver uma desaceleração por causa da crise internacional, como parece que haverá, o Serra então estará eleito.
Ele é de longe o mais preparado
para comandar o país por causa
da sua sólida formação econômica", diz o prefeito paulistano.
Na cúpula do Democratas,
não se encontra voz dissonante. Kassab se tornou a estrela
única nesse partido acostumado a papéis coadjuvantes em
grandes cidades no Sudeste.
"O nosso partido passou a
existir eleitoralmente em São
Paulo com a candidatura do
Kassab. Por essa razão, o peso
dele aumenta muito na nossa
decisão sobre quem será o candidato a presidente apoiado pelo Democratas em 2010", diz o
presidente da sigla, o deputado
federal Rodrigo Maia (RJ). "O
Kassab é o líder eleitoral que
faltava ao Democratas", afirma
Jorge Bornhausen, ex-presidente nacional do partido.
A contrapartida para o DEM
seria uma eventual candidatura de Kassab ao governo paulista em 2010. O prefeito nega ter
essa aspiração, mas seu nome
surge como possibilidade natural e única dentro do partido.
Se dependesse de assessores
próximos de Kassab, a união
DEM-PSDB evoluiria no futuro para uma sigla unificada. A
concretização do plano é incerta e altamente improvável num
futuro próximo -é mais conveniente para caciques regionais
terem duas agremiações à disposição em vez de uma.
(FR)
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