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SÃO PAULO
Secretário conclama subprefeitos contra o PT
Matarazzo afirma que, num segundo turno sem Alckmin, os tucanos poderão se engajar melhor na campanha de Kassab
Em almoço, secretário que coordena subprefeituras marca reunião, no início da semana, para "rearranjo
de logística e estratégia"
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário municipal Andrea Matarazzo conclamou ontem os subprefeitos a lutarem
contra o inimigo comum, o PT,
no segundo turno. Em um almoço com 29 dos 31 subprefeitos, Matarazzo alegou que, com
o lançamento de dois candidatos no campo PSDB/DEM, o
apoio ao prefeito de São Paulo,
Gilberto Kassab (DEM), se dava de maneira constrangida.
Mas que, superada a saia-justa, os subprefeitos -em sua
maioria, tucanos- poderão se
engajar de maneira mais enfática na campanha contra o PT.
A ordem é mostrar as deficiências da administração da ex-prefeita Marta Suplicy.
Em conversas, Matarazzo
antecipou a disposição de invadir a "tattolândia", como é conhecido o extremo sul da cidade sob influência petista da família Tatto, capitaneada pelo
vereador Arselino.
No encontro, num restaurante, Matarazzo convocou
reunião para a semana que
vem. O tema: "rearranjo de logística e estratégia" para o segundo turno. "Segundo turno é
uma nova eleição. Poderemos
nos engajar", disse o subprefeito Antônio de Pádua Perosa
(Vila Maria/Vila Guilherme).
No almoço, Matarazzo recomendou humildade e cautela
na reta final do primeiro turno
e determinou que os subprefeitos mantivessem o ritmo de
trabalho. "A qualidade da administração e a firmeza dos nossos subprefeitos são o nosso
principal ativo", disse Matarazzo à Folha, após o almoço.
Lembrando que as subprefeituras contam com militantes do PT em seus quadros, Matarazzo alertou para o risco de
armadilhas e provocações.
Como exemplo, disse que um
funcionário poderia adotar
uma medida impopular para
sabotar Kassab.
O secretário determinou que
as denúncias -inclusive sua
origem- sejam apuradas com
rigor. E frisou que o trabalho
não deveria ser interrompido.
Apesar de as pesquisas apontarem o prefeito como o segundo colocado, Matarazzo condenou a euforia de "já ganhou".
"Terra arrasada"
Procurado pela Folha, Matarazzo confirmou a convocação
de uma reunião para "definição
de ações" já na segunda-feira. A
reunião, afirmou ele, acontecerá qualquer que seja o adversário de Marta: Kassab ou o tucano Geraldo Alckmin.
"Vamos representar a coligação [PSDB/DEM] contra a administração que nos antecedeu
e deixou a cidade no Estado em
que a recebemos: terra arrasada", disse Matarazzo.
Pela manhã, ao acompanhar
Kassab em visita ao parque do
Povo, Matarazzo deixou evidente que acredita na presença
do prefeito no segundo turno.
Enquanto Kassab usava um
aparelho de ginástica, brincou:
"Vá aquecendo porque ainda
terá que caminhar muito".
O secretário Walter Feldman
(Esportes) acompanhou Kassab em caminhada na Vila Mariana. Foi a primeira participação formal dele na campanha.
"Vim abertamente", disse.
Oito subprefeitos estiveram
ao lado de Kassab durante a
vistoria ao parque, entre eles os
tucanos Renato Barreiros (Cidade Tiradentes), Alexandre
Aniz (Ipiranga), Maurício Pinterichi (Butantã) e Hélio Sertão (Jabaquara).
"Sou amigo de Alckmin. Mas
estamos aqui cumprindo uma
missão", justificou Pinterichi,
para quem é merecido o resultado do último Datafolha.
Já o prefeito afirmou que
qualquer movimento de aproximação só poderá acontecer
após o resultado da votação.
Ele deixou claro, porém, que
acredita na conquista automática do eleitor de Alckmin.
"O eleitor é muito consciente. Dificilmente o eleitor que
votar em mim não tem uma
preferência, no segundo turno,
pelo ex-governador. Da mesma
maneira, dificilmente, o eleitor
que votar nele não tem uma
preferência de voto na minha
candidatura", afirmou Kassab.
Segunda, a cúpula do DEM
desembarca em São Paulo para
negociar com o PSDB. A aposta
é a de que, a exemplo de Matarazzo, o próprio governador
José Serra possa se dedicar
mais à campanha. "Segunda,
estou na rua", disse o vice-governador Alberto Goldman.
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