|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Rio de Janeiro
Militares tiram barricadas do morro do Alemão
Em maior ação em favelas do Rio, Exército e Marinha mobilizam 4.300 homens, além de mil na reserva; não há registro de violência
Forças Armadas reforçarão
a segurança nas eleições amanhã em 341 cidades de 12 Estados; TSE repassou
R$ 41,6 milhões à Defesa
DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Exército e a Marinha terminaram ontem a Operação
Guanabara no Complexo do
Alemão, no Rio de Janeiro, tendo tido como únicos "inimigos"
aparentes as barricadas do tráfico e as propagandas irregulares de candidatos.
O porta-voz do Exército na
operação, coronel André Luís
Novaes, afirmou que a atuação
nessa localidade, considerada a
região mais armada do Rio, demonstra que "o Exército entra
em qualquer lugar". "Não tem
onde o Exército não entre."
Foi a ação mais complexa e
demandou detalhado planejamento e grande emprego de
tropas, com 4.300 homens,
além de mil na reserva, e contou com seis helicópteros e 20
blindados Urutus de transporte
de tropas. Não houve registro
de incidentes de violência.
Além de garantir a segurança
de agentes de fiscalização do
TRE (Tribunal Regional Eleitoral) durante três dias, os militares atuaram principalmente na
remoção de 42 barricadas armadas por traficantes em pontos estratégicos das comunidades do Alemão.
Feitas com trilhos de trem,
concreto, buracos ou entulhos
dispostos no meio das pistas,
elas impediam a livre circulação de carros civis e veículos
das polícias militar e civil.
"Deixamos o Complexo do
Alemão sem nenhuma barricada. Retiramos 25 contenções
do tráfico. A rua Canitá [um dos
acessos] era praticamente uma
"plantação de barricadas': uma
a cada 20 metros, 30 metros",
afirmou o coronel.
O oficial relatou que, em alguns casos, os criminosos chegaram à sofisticação de fazer
buracos sob medida e fundeados em ferro para inserir os trilhos de trem. Esses buracos foram tapados com concreto, informou Novaes.
O porta-voz atribuiu o resultado pacífico da Operação Guanabara ao grande efetivo empregado e ao objetivo eleitoral
-nem durante a remoção de
barricadas os traficantes reagiram. "Só iriam perder muito.
Estão perdendo com a nossa
presença aqui, e perderiam ainda mais se atacassem. Se conseguimos cumprir a missão sem
fazer uso da força, pacificamente, melhor", afirmou.
Pelo país
As Forças Armadas Brasileiras estarão amanhã em 341 dos
5.563 municípios brasileiros,
autorizadas pelo TSE (Tribunal
Superior Eleitoral), para reforçar a segurança local durante o
primeiro turno das eleições
municipais. Para tanto, a Justiça Eleitoral havia disponibilizado até ontem ao Ministério
da Defesa R$ 41,6 milhões, valor que poderá ser acrescido em
caso de urgência e imprevisto.
O Rio de Janeiro é o único
município onde as tropas não
atuam apenas no dia das eleições. Desde o início de setembro, soldados do Exército já estiveram em mais de 20 localidades da capital fluminense, de
forma transitória.
Todas essas áreas são, de
acordo com o TRE do Rio (onde
outra cidade também contará
com a presença de militares
amanhã), afetadas pela ação de
milícias ou do tráfico de drogas.
Dos outros 339 municípios
(6,1% do total de cidades do
país) que terão a segurança reforçada, 107 ficam no Pará, 107
no Rio Grande do Norte, 39 no
Amazonas, 20 em Alagoas, 4 no
Amapá, 20 no Sergipe, 13 no
Maranhão, 4 no Mato Grosso
do Sul, 3 na Paraíba, 2 no Tocantins e 20 no Piauí.
O número de municípios
deste ano é praticamente o
mesmo das eleições municipais
de 2004, quando o TSE autorizou o envio das tropas federais
para 344 cidades de 12 Estados
(Piauí, Pará, Rio Grande do
Norte, Amazonas, Roraima,
Maranhão, Alagoas, Paraíba,
Amapá e Tocantins).
Texto Anterior: Rio de Janeiro: Frases Próximo Texto: Avesso a Paes, Garotinho libera voto de aliados Índice
|