São Paulo, sábado, 04 de outubro de 2008

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Avesso a Paes, Garotinho libera voto de aliados

Grupo político do ex-governador, presidente estadual do PMDB, está dividido entre Crivella e Jandira

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Presidente estadual do PMDB, o ex-governador Anthony Garotinho não fez campanha para o candidato de seu partido à Prefeitura do Rio, Eduardo Paes, e liberou os políticos sobre quem exerce influência a aderir às candidaturas que considerarem mais conveniente.
O grupo político que Garotinho lidera na capital fluminense está dividido entre os candidatos Marcelo Crivella (PRB) e Jandira Feghali (PC do B).
Os evangélicos estão com Crivella. À frente, Clarissa Matheus, a filha politizada de Garotinho. Candidata a vereadora no Rio pelo PMDB, Clarissa não traz em sua propaganda de rua quaisquer referências a Eduardo Paes, líder nas pesquisas de intenção de votos.
Na última quinta-feira, Crivella e Clarissa fizeram campanha juntos em Campo Grande, na zona oeste. Eles disseram ter sido um encontro casual, mas se abraçaram e trocaram elogios públicos.
Militante comunista durante o regime militar (1964-1985), o deputado federal Fernando Lopes (PMDB) está engajado na candidatura do PC do B. Anteontem, circulou pela zona oeste em carreata ao lado de Jandira Feghali.
A aversão de Garotinho à candidatura de Eduardo Paes é explicitada em seu blog (www.blogdogarotinho.com.br). No dia 29 de setembro, Garotinho escreveu que Paes é o candidato do governador Sérgio Cabral Filho, que "já mostrou o seu total descompromisso com a população pobre e com todas as promessas que fez para se eleger".
A indefinição sobre quem enfrentará no segundo turno levou Crivella a tentar polarizar a disputa e "jogar para escanteio" a possibilidade de Fernando Gabeira (PV) ultrapassá-lo. Em corpo-a-corpo em Bonsucesso, na zona norte, o senador afirmou que "é o candidato do povão". "Temos, nitidamente, duas candidaturas com chance. Temos um candidato que representa mais o pessoal dos ricos, da zona sul. E tem o Crivella que é o candidato do povão, das comunidades carentes, mais ligado ao povo humilde da minha terra".
Crivella tem apostado nas áreas carentes para chegar ao segundo turno. Segundo o Datafolha, o senador está tecnicamente empatado com Gabeira: eles têm, respectivamente, 19% e 17%. Paes lidera com 29%.

Aliança
O PT já sinaliza ao PRB uma aliança, caso Crivella garanta uma vaga na disputa. O ministro Edson Santos (Igualdade Racial) disse que o senador "foi parceiro do presidente Lula não só nos bons momentos".


Colaborou ITALO NOGUEIRA, da Sucursal do Rio


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