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Criadores dizem que animais têm qualidade ruim
DO ENVIADO A ARACI (BA)
Pequenos criadores no semiárido baiano reclamam dos
animais recebidos. Muitos dizem que tinham em seus rebanhos bodes, cabras, ovelhas e
carneiros de melhor qualidade
que os doados pelo governo.
Em Araci (210 km de Salvador), os beneficiados recusaram em janeiro 150 animais da
Secretaria de Agricultura.
"Não aceitamos. A criação
era péssima. A gente achava
que ia melhorar", afirmou Jonas de Oliveira, presidente do
Centro Comunitário Beneficente do Distrito de Fubá.
O segundo lote chegou em
setembro. "Também veio ruim,
mas aceitamos. Fazer o quê?
Ficamos com medo de não vir
outra criação", disse.
O criador Osvaldo dos Santos
Ferreira contou que as cinco
cabras que recebeu "chegaram
fracas, acabadas, cheias de verme"."Uma pariu dois cabritos
que morreram logo depois".
A falta de orientação técnica
prevista no edital do programa
é outra reclamação. Os criadores de Araci falam que não foram instruídos sobre como estocar alimentos na seca e como,
na época das chuvas, plantar
espécies para o consumo na entressafra, como palma e sorgo.
Sem infraestrutura, dizem os
criadores, a tendência é que o
rebanho doado continue subnutrido e venha a morrer, como
acontece com parte do rebanho
convencional.
Em Santa Bárbara (150 km
de Salvador), foco de criação de
ovinos, o pecuarista Onelito
Silva, 50, não reclama. "Já criava ovelhas. Essas estão me satisfazendo", diz.
Nova na criação de ovinos,
Maria Anita Maia, da cidade de
Tanquinho (150 km da capital
baiana), disse que recebeu assistência técnica e montou silos
para estocar alimentos.
"Resolvi entrar [no programa] porque estava precisando.
A gente não podia comprar,
nunca tivemos condições de
criar", afirmou.
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