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São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2003

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PAINEL

Fatias e migalhas
A União já pagou R$ 13,4 milhões às três agências que ganharam a licitação para a publicidade oficial do governo Lula. A de Duda Mendonça recebeu R$ 12,3 milhões, ou 91,6% do total. A Lew, Lara ficou com R$ 929,6 mil (6,9%), e a Matisse, com R$ 196 mil (1,45%).

Conta de chegada
O contrato da Secretaria de Comunicação de Governo prevê a divisão, entre as três agências, de um bolo de R$ 150 milhões até setembro de 2004. No final, nenhuma das empresas poderá ficar com mais de 70% ou com menos de 15% do total.

Lei das compensações
A assessoria de Duda Mendonça confirma os valores recebidos, mas argumenta que o Planalto está compensando as outras duas agências que ganharam a licitação da Secom. A Matisse e a Lew, Lara participam da veiculação da campanha publicitária do Bolsa-Família.

Consumo externo
Lula sabia que a Petrobras não participou da licitação para explorar petróleo em São Tomé e Príncipe por avaliar que não havia interesse econômico na empreitada. Ainda assim, o presidente reclamou publicamente da estatal em sua visita ao país.

Deixa pra lá
A Petrobras realiza grandes investimentos na África, notadamente na Nigéria, vizinha de São Tomé e Príncipe. Há ainda planos para atuar em outros países da região. Apesar disso, a empresa preferiu não se pronunciar sobre a bronca de Lula.

Casa arrumada
Maurício Corrêa (STF) vai convidar presidentes dos tribunais brasileiros para megarreunião em Brasília nos dias 21 e 22. Quer discutir formas de racionalizar a administração do Judiciário. O Planalto avalia que a reunião tenta minorar a provável ausência de Lula em encontro no Supremo, a convite de Corrêa, que busca reconciliação.

Rédea curta
A relatoria do projeto de lei dos transgênicos, que seria entregue a Josias Gomes (PT-BA), deve ser transferida para o líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo. O governo quer controlar de perto o assunto, que já provocou desgaste com a opinião pública e ambientalistas.

Horário eleitoral
Com escassas chances de promover sua candidatura à Prefeitura de São Bernardo do Campo nos comerciais do PT, ocupados por outras prioridades do partido, Vicentinho tem procurado reverter seu déficit de visibilidade com o trabalho de garoto-propaganda da Uniban.

Difícil de vender
Em outdoors e na TV, a Uniban é promovida por Vicentinho como escola que "respeita as aptidões" de seus alunos. Frequentado pelo deputado, o curso de direito da universidade destaca-se pelo predomínio de avaliações E no provão do MEC.

Choque de gerações
Segundo o Datafolha, Paulo Maluf (PP) obtém sua melhor intenção de voto para a prefeitura paulistana entre os aposentados. Marta Suplicy (PT) é, de longe, a favorita dos estudantes.

Mudança de perfil
O novo diretor-executivo da Funasa, Lenildo Morais, é da tendência Movimento PT, à direita no partido. Seu antecessor, Antônio Andrade, marido da deputada Maninha (DF), foi exonerado porque ela se absteve na votação da Previdência.

Visitas à Folha
A deputada federal Zulaiê Cobra Ribeiro (PSDB-SP) visitou ontem a Folha. Estava acompanhada de Raimundo Silva, assessor de imprensa.
 
Eduardo Sanovicz, presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Adrian Alexandri, gerente de comunicação.

TIROTEIO

Do presidente do PPS, Roberto Freire, sobre o Planalto ter ameaçado tirar cargos da sigla devido ao namoro com o PSDB:
-Apoiamos o governo por convicção, não por cargos. Não vamos mudar a relação com os tucanos só porque o PT quer.

CONTRAPONTO

Crença em milagres

No recém-lançado "Cale-se", o jornalista Caio Túlio Costa recupera a história dos dias que se seguiram à morte, sob tortura, do estudante de geologia da USP Alexandre Vannucchi Leme, em 17 de março de 1973.
Um trecho do livro relata o encontro em que alunos convidaram Gilberto Gil para fazer um show na universidade.
-Vocês estão me pedindo pra subir ao palco e dizer as coisas que vocês devem dizer?
A pergunta, segundo o autor, desarmou os estudantes. O cantor, compositor e hoje ministro da Cultura então respondeu:
-Ahhh! Só por um milagre!
-Mas você não acredita em milagre?- provocou um deles.
-Taí! Acredito. Então vou.
O espetáculo tornou-se o ápice da mobilização para denunciar a morte de Vannucchi Leme. Nele, Gil cantou "Cálice", então censurada parceria sua com Chico Buarque.


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