RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente nacional do PT, José Genoino, disse ontem que o partido está disposto a perder espaço no governo e que vai "demonstrar generosidade" quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidir alterar a composição das cadeiras para abrigar o PMDB no primeiro escalão.
"O partido tem consciência de que deve abrir mão de algumas pastas para o PMDB, a critério do presidente da República. O PT, sendo o partido que tem maior força no governo, tem que demonstrar generosidade", disse.
A declaração foi feita num intervalo da reunião da Executiva Nacional do partido, em Brasília.
Na sexta-feira passada, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro José Dirceu (Casa Civil) descartou a renúncia coletiva de ministros e informou que a reforma ministerial será discutida pelo presidente após sua viagem à África, que termina no próximo dia 8.
Depois de um período se declarando independente em relação ao governo, os peemedebistas aderiram à base aliada do Planalto no Congresso após a promessa de Lula de dar ao partido dois ministérios. "O PT vai dar exemplo, o PT tem muitos ministérios", disse Dirceu. Dos 35 ministros do governo, 20 são petistas.

Eleições
Além da reforma ministerial, a reunião serviu também para traçar estratégias para as eleições municipais de 2004 e para definir o rumo de atuação do partido.
Segundo Genoino, o PT e o governo vão trabalhar daqui em diante pela retomada do crescimento econômico e pela geração de emprego. "Estamos achando que temos condições de ter uma política mais ofensiva em 2004 para a geração de emprego."
Sobre as eleições, ficou definido que o partido montará grupos de acompanhamento nos Estados que priorizarão as disputas nas capitais.
As alianças estão liberadas com os partidos que apóiam hoje o governo no Congresso, e coligações com partidos de oposição também não estão descartadas -serão estudadas caso a caso.
Outra pauta da reunião de ontem foi a análise do caso dos congressistas que enfrentam processo disciplinar no partido e que devem ser expulsos da legenda por terem votado contra o governo.
A Executiva decidiu cancelar a reunião do Diretório Nacional que seria realizada no dia 15 deste mês e transferiu a decisão para os dias 13 e 14 de dezembro. A idéia é dar mais tempo para que as reformas tributária e da Previdência sejam concluídas no Senado.
Os parlamentares ameaçados de expulsão são os deputados Babá (PA), João Fontes (SE) e Luciana Genro (RS) e a senadora Heloísa Helena (AL).


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