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PT NO DIVÃ
Coordenador da campanha de Marta endossa declarações de secretário
Críticas de Garreta a senador
são corretas, dizem petistas
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente municipal do PT e
coordenador-geral da campanha
derrotada de Marta Suplicy à reeleição, Ítalo Cardoso, disse ontem
que concorda com o teor da entrevista à Folha do secretário de
Abastecimento de São Paulo, Valdemir Garreta, que apontou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP),
ex-marido de Marta, como um
dos responsáveis pela criação e divulgação do preconceito de que
seria vítima a prefeita.
"Concordo com a entrevista dele", disse Cardoso. "O que ele falou é fato." Garreta disse que Suplicy "em vários momentos constrangeu a Marta". Para justificar
seu raciocínio, o secretário afirmou que, logo após a separação,
"ele se colocou o tempo todo na
mídia como vítima, transformando a Marta numa pessoa insensível, arrogante e indiferente ao que
ele sentia".
Ítalo Cardoso não quis fazer
considerações mais aprofundadas sobre a entrevista nem sobre
as causas da derrota de Marta,
mas disse que as afirmações de
Garreta "são mais uma avaliação,
como as que já fizeram Delúbio
Soares [tesoureiro do Diretório
Nacional], José Genoino [presidente nacional do PT], José
Eduardo Cardozo [deputado federal] e José Dirceu [ministro da
Casa Civil]".
As declarações de Garreta também foram avalizadas pelo líder
do PT na Assembléia Legislativa,
Cândido Vaccarezza. "O Garreta é
uma pessoa bem informada, próximo à prefeita, e ele fez uma avaliação ponderada; em linhas gerais, eu concordo."
Integrantes da direção estadual
do partido, que pediram para ter
seus nomes preservados, disseram que a entrevista do secretário
de Marta deixou "eufóricos" alguns integrantes, que têm a mesma avaliação de Garreta sobre os
supostos "problemas" causados
por Suplicy na campanha.
"Estava entalado na garganta",
disse um dos membros da Executiva Estadual do PT.
A julgar pelas declarações dessas lideranças municipais, estaduais e nacionais do PT, o senador viverá o purgatório neste pós-eleição e, provavelmente, terá de
enfrentar o mesmo que, em 2002,
impôs ao presidente Luiz Inácio
Lula da Silva: uma prévia.
Suplicy é o nome natural para
disputar o Senado pelo partido
em 2006, mas já há quem defenda
a idéia de haver disputa interna
pela vaga.
Embora considerado um dos
maiores expoentes petistas em
termos de aceitação popular, Suplicy há muito deixou de ser consenso positivo dentro do PT.
Um membro do Diretório Nacional afirmou que a indisposição
dos petistas contra o senador começou quando ele insistiu em disputar com Lula as prévias para
presidente em 2002. "Dentro do
partido, o Suplicy não tem aquela
aura com a qual os militantes e
eleitores o vêem", afirmou.
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