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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ HORA DAS PROVAS
Estatal afirma que recursos foram aplicados em publicidade; advogado de Valério nega uso de dinheiro público em caixa dois
BB diz que não compactua com desvios
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco do Brasil divulgou nota ontem na qual afirma que "não
compactua e condena eventuais
desvios que possam ter ocorrido"
na aplicação de recursos destinados à publicidade dos cartões de
crédito e de pagamento da estatal,
que usa a bandeira Visa.
O banco insiste em que repassou recursos do Fundo de Investimento Visanet à DNA para pagar
serviços de marketing e comunicação e confirma que já notificou
extra-judicialmente a DNA na semana passada a prestar contas de
R$ 9,1 milhões -volume para o
qual não haveria comprovação de
prestação de serviços. "Encontra-se pendente de conciliação a aplicação desses recursos em ações de
marketing referentes a projetos
autorizados pelo BB", diz a nota.
Segundo o banco, encontra-se
em "fase avançada" a auditoria
interna aberta para apurar as
ações de publicidade da estatal. O
contrato do Banco do Brasil com
a DNA foi rompido em 15 de julho, em razão do envolvimento da
agência na crise política. "Os recursos provenientes do Fundo de
Incentivo Visanet, constituído em
2001, foram investidos em campanhas publicitárias, eventos promocionais, patrocínios e ações de
marketing esportivo e cultural ou
outras ações de oportunidade
destinadas a promover o cartão
de crédito", diz ainda a nota.
PT e Valério
O PT não quis fazer comentários sobre o anúncio da CPI. Por
meio de sua assessoria de imprensa, o presidente do partido, Ricardo Berzoini, afirmou que "o PT
não tem informação nenhuma
sobre isso [suposto desvio de recursos do BB] e, portanto, não
tem o que comentar".
Por meio do advogado Marcelo
Leonardo, o empresário Marcos
Valério Fernandes de Souza negou ontem que tenha desviado recursos públicos para financiar o
caixa dois do PT.
Segundo o advogado, os pagamentos de contratos publicitários
entram no caixa da agência DNA,
mas não ficam "carimbados".
"Uma eventual coincidência de
datas [entre os pagamentos do
Banco do Brasil e os empréstimos
bancários que supostamente teriam financiado o caixa dois do
PT] não significa desvio de dinheiro", insistiu o advogado. "Esse é mais um assunto requentado
pela CPI, que está numa fase sem
novidade, preocupada em mostrar serviço", criticou Leonardo.
Visanet
Também por meio de nota, a
Companhia Brasileira de Meio de
Pagamento, que controla a Visanet, informou que apenas "cumpriu determinações" de pagamento do Banco do Brasil:
"O uso dos recursos relativos à
quota do Fundo de Incentivo alocada ao Banco do Brasil teve sua
aplicação a cargo do Banco do
Brasil. (...) [O banco], que é um
dos acionistas da empresa, indicou a DNA Propaganda como a
agência responsável por suas
campanhas publicitárias na promoção dos seus cartões de crédito
e débito", sustenta a nota.
"A Visanet reitera que sempre
trabalhou de forma transparente,
dentro de todas as regras do Fundo de Incentivo, e esclarece ainda
que cumpriu com as determinações de pagamento do próprio
Banco do Brasil, conforme documentação apresentada pelo banco", reforça a nota da Visanet.
DNA
A DNA, por meio da assessoria
de imprensa, informou que o repasse adiantado de recursos do
Fundo Visanet não favoreceu a
empresa de publicidade.
"A verba Visa é repassada
adiantadamente às agências, que
abrem uma conta bancária especial para abrigá-la, com periódicas prestações de contas", informa a agência.
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