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SAIBA MAIS
Versão apresenta pontos obscuros desde o princípio
DA REDAÇÃO
O ex-deputado Roberto
Jefferson (PTB-RJ) deu a senha, em entrevista à Folha
publicada em 12 de junho: o
dinheiro que abasteceria o
"mensalão" viria, em parte,
de superfaturamento de
contratos de estatais.
O operador seria o publicitário Marcos Valério de Souza. Os beneficiários, membros da base aliada do governo. O articulador, o ex-tesoureiro Delúbio Soares,
avalizado pela cúpula do PT.
Após idas e vindas, tanto o
publicitário quanto a nata
do partido divulgaram a seguinte versão para a movimentação de recursos: Valério tomou empréstimos junto aos bancos Rural e BMG,
repassou-os ao PT (cerca de
R$ 55 milhões), que distribuiu a parlamentares para
fechar as contas de campanhas eleitorais.
Desde o início, essa versão
registra pontos que ainda
são alvo de investigação:
1º) O publicitário e o PT
rolaram os empréstimos pelo menos 30 vezes desde
2003. As dívidas não pagas
alcançariam, com juros,
mais de R$ 100 milhões.
Mesmo assim, os bancos
credores aceitaram as sucessivas renegociações. Apenas
cerca de 5% do total devido
foi amortizado no período;
2º) Só em junho deste ano
as empresas de Valério apresentaram uma retificação à
Receita Federal, com os empréstimos para supostamente financiar o PT;
3º) O Banco Central enviou documentos para as
CPIs reconhecendo eventual
descumprimento de normas
regulares na operação.
De onde viria o dinheiro,
então? A apuração tem várias frentes. O que já foi descoberto revela que Valério
não era um desconhecido
das estatais. No governo Lula, as duas agências do publicitário aumentaram o valor e
o total de contratos mantidos com órgãos públicos.
Em um dos casos, o do
Banco do Brasil, o contrato
foi renovado em 2003, mesmo após auditoria interna
constatar irregularidades
em ao menos 15 projetos de
publicidade realizados pela
DNA -de Valério. O acordo só foi rompido em julho.
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