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Ex-diretor de Marketing diz que não tinha poder para contratar agências
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-diretor de Marketing do
Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, rebateu as acusações de favorecimento à DNA, agência da qual
Marcos Valério de Souza era sócio. Por meio de seu advogado,
Mário de Oliveira Filho, ele lembrou que não tinha poder individual para contratar agências de
publicidade.
"Quem cuida disso no Banco do
Brasil são comitês, cujo número
de integrantes varia de acordo
com o valor do contrato", afirmou Oliveira Filho.
"Além disso, todas as empresas
da área de propaganda e marketing participaram de licitação. A
DNA, inclusive, trabalhava com o
banco anos antes de o Pizzolato
assumir a diretoria."
O advogado disse ainda que a
indicação da DNA para atender a
Visanet aconteceu por conta de
um sistema de rodízio adotado
pelo banco. "Tudo isso é muita fumaça e pouco fogo. Pizzolato dispõe de documentos para comprovar que nunca agiu sozinho",
completou Oliveira Filho.
Pizzolato está afastado do Banco do Brasil desde julho, quando
pediu para se aposentar. Militante
petista desde a fundação do partido, teve a missão de contatar empresários para conseguir contribuições à campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência.
Mais tarde, participou da equipe
de transição do governo.
O ex-diretor de Marketing do
BB também era presidente do
Conselho Deliberativo da Previ
até julho. Deixou o cargo ao se
aposentar. Naquele mês, concedeu uma entrevista à Folha dizendo haver ingerência do Planalto
sobre os diretores da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do
BB. Por conta disso, rompeu com
petistas ligados ao Planalto e ao
movimento sindical.
Escândalos
Tido como bom estrategista,
mas polêmico, Pizzolato foi pivô
de uma série de escândalos no período em que atuou como diretor
do BB. O primeiro foi em meados
de 2004, quando se tornou pública a denúncia de que o banco havia desembolsado R$ 70 mil na
compra de mesas para um show
de Zezé de Camargo e Luciano. O
evento havia sido promovido
com o objetivo de angariar fundos que serviriam à compra da
nova sede do PT.
Neste ano, Pizzolato foi acusado
de usar o cartão de crédito corporativo para custear despesas com
sites pornográficos na internet.
Houve também a revelação de
que um motorista da Previ, a
mando do ex-diretor de Marketing do BB, havia sacado R$ 326
mil de uma conta da DNA no
Banco Rural. Pouco depois, Pizzolato teria comprado um apartamento e pago parte do valor do
imóvel à vista, em dinheiro.
À Folha Pizzolato negou a veracidade das três acusações. Disse
não ter agido para angariar fundos para o PT no episódio do
show e que jamais usou o cartão
fora das prerrogativas estritas de
trabalho.
Pizzolato afirmou, por fim, que
apenas fez um favor a um dos sócios da DNA ao mandar buscar
um pacote. Segundo o ex-diretor
de Marketing do BB, ele não sabia
que havia dinheiro no pacote e
não ficou com o envelope, que teria sido entregue a um emissário
da DNA.
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