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STF decide abrir
ação criminal
contra Janene
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Supremo Tribunal Federal
(STF) decidiu ontem abrir um
processo criminal contra o deputado José Janene (PP-PR) para
apurar suspeita de corrupção ativa em uma concorrência supostamente superfaturada da Prefeitura de Rolim de Moura (PR).
Janene era sócio-proprietário
da empresa vencedora para compra de postes de energia elétrica.
Conforme a denúncia oferecida
pelo ex-procurador-geral da República, Claudio Fonteles, Janene
liberou Cr$ 40 milhões, em valores de dezembro de 1992, a vereadores de Rolim de Moura para
que eles votassem contra a cassação do então prefeito, José Joacil
Guimarães, em um processo político decorrente da licitação.
Janene era sócio-gerente da empresa Eletrojan, hoje extinta. Ela
havia vencido a licitação para iluminação pública de uma avenida
do município. No entendimento
do Ministério Público Federal, a
Eletrojan queria a permanência
do prefeito, porque isso garantiria
o prosseguimento da obra.
Mensalão
Janene é também é um dos deputados acusados de envolvimento no escândalo do "mensalão".
Segundo o ex-deputado Roberto
Jefferson (PTB-RJ), que denunciou o esquema, Janene era um
dos "operadores" da distribuição
ilegal de dinheiro a parlamentares. Além disso, já foi alvo de outros inquéritos no STF.
A Folha procurou ouvir o deputado por meio de seu gabinete.
Até o fechamento desta edição,
não houve resposta.
No inquérito criminal que precedeu o processo, ele se defendeu
da acusação dizendo que não havia provas contra ele e que a denúncia não descreveu de forma
suficiente a sua conduta.
O Código Penal prevê de um a
oito anos de prisão para condenados por corrupção ativa. O processo tramitará no STF por causa
do foro privilegiado de deputados
nesse tribunal.
(SILVANA DE FREITAS)
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