São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2008

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Painel

RANIER BRAGON (interino) - painel@uol.com.br

Mercado futuro

Itaú e Unibanco, que ontem anunciaram a fusão de suas operações, repassaram R$ 4,8 mi à vitoriosa campanha de Lula em 2006, montante que representa mais da metade do total arrecadado pelo petista entre os banqueiros (R$ 9,1 mi), seus maiores financiadores ao lado dos empreiteiros.
Além da cota presidencial, os dois bancos injetaram um total de R$ 20,8 mi em campanhas de deputados, senadores e dos governadores dos maiores Estados (SP, MG, RJ e RS). A fusão Itaú-Unibanco deverá passar pelo crivo do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão cuja maioria de seus membros é indicação política do atual governo.



Laços. A atual composição do Cade inclui Olavo Chinaglia, filho do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT), Vinícius Carvalho, ex-assessor do PT no Senado, e Arthur Badin, cuja polêmica nomeação foi respaldada pelo ministro Tarso Genro (Justiça).

Aval. A avaliação no Planalto é que a fusão não enfrentará resistência técnica no Cade porque, apesar do tamanho que terão, ainda há concorrentes de peso como o Banco do Brasil e o Bradesco.

Escolinha. Lula agendou reunião ministerial, ainda em novembro, para discutir o impacto da crise financeira e afinar o discurso de que o canteiro de obras do PAC não pára.

Franciscana. A campanha derrotada de Geraldo Alckmin (PSDB) entrega hoje à Justiça declaração de que arrecadou R$ 17,4 mi nas eleições, R$ 7,6 mi a menos do que o teto previsto. O coordenador, Edson Aparecido, diz que sobrou dinheiro.

Cobertor curto. Já a campanha de Marta Suplicy (PT), que tem até o dia 25 para apresentar seus números, ainda corre atrás de doadores para não fechar no vermelho. Segundo petistas, falta pouco.

Cobertorzão. Vitorioso na disputa, Gilberto Kassab (DEM) arrecadou perto dos R$ 30 milhões de teto que sua campanha estipulou.

Quase de graça. Um grupo de pelo menos seis deputados federais se mandou ontem para os Estados Unidos a fim de acompanhar as eleições por lá. Quem se ofereceu para bancar a conta foi a embaixada americana, mas Marcondes Gadelha (PSB-PB), presidente da Comissão de Relações Exteriores, ganhou três diárias da Câmara.

Turminha. Foi uma ação conjunta de integrantes do PT, PR, PMDB e PP que obrigou o governo a subir o valor das emendas individuais ao Orçamento para R$ 10 mi. À frente, "fiéis" governistas como Luciano Castro (PR-RR), Benedito de Lira (PP-AL) e Devanir Ribeiro (PT-SP).

Recado. Arlindo Chinaglia repetiu mais de uma vez durante jantar com congressistas e convidados para o GP de Interlagos de F-1, no final de semana, que "não se responsabilizará" pelo acordo com o PMDB para eleger seu sucessor na presidência da Câmara caso o partido insista em também comandar o Senado.

Experiência. Após auxiliar a campanha do PT em São Paulo, o chefe-de-gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, ganhou outra missão: mediar a rusga entre Tarso Genro (Justiça) e Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), de um lado, e José Toffoli (AGU) e Nelson Jobim (Defesa), de outro, sobre tortura na ditadura.

Menos... O prefeito eleito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), disse a aliados que não atenderá o pleito do PT pela secretaria de Meio Ambiente. Deve ocupar a pasta o vice, Carlos Alberto Muniz (PMDB). O PT queria duas secretarias; deve levar só uma.

Lista de Natal. Na reunião no Planalto, Gilberto Kassab (DEM) e Lula acertaram parceria para tentar aprovar emenda constitucional limitando a receita comprometida com precatórios. O prefeito pediu a Lula que a Ceagesp (central de abastecimento) seja mudada para perto do Rodoanel e reivindicou parte do Campo de Marte para ampliar o Anhembi.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"É como se o Estado alemão defendesse um ex-chefe de campo de concentração nazista."

De NILMÁRIO MIRANDA , ex-secretário nacional de Direitos Humanos, sobre o parecer da Advocacia Geral da União que considera perdoados pela Lei da Anistia os crimes de tortura cometidos na época da ditadura militar (1964-1985).

Contraponto

Direito autoral

Após a reunião dos governadores do Sudeste em BH, na quinta-feira, Aécio Neves discorria sobre o Pró-Acesso, obra que promete interligar por asfalto todos os municípios mineiros.
Ao seu lado, José Serra emendou:
-Eu tenho um programa assim lá em São Paulo, mas não tem nome... Acho que vou usar esse!
Aécio, que disputa com Serra a vaga do PSDB na sucessão presidencial de 2010, não perdeu a deixa:
-Será o "Pró-Acesso do A".
"A" de Aécio, evidentemente.


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