São Paulo, quarta-feira, 04 de novembro de 2009

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Proposta sobre caças é "pacote completo", diz ministro francês

Segundo Nelson Jobim, decisão da FAB sobre compra de aviões sairá este ano

RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro de Defesa da França, Hervé Morin, afirmou ontem no Rio que a proposta francesa para a venda de 36 caças Rafale, da Dassault, ao governo do Brasil é um pacote completo. "É tudo. Não é um tijolo, é a casa inteira: trata-se de uma parceria política, industrial, tecnológica e é o melhor avião", disse Morin, em entrevista na tarde de ontem, no Consulado da França no Rio.
Questionado pela Folha se está seguro de que ganhará a concorrência pela venda dos caças contra americanos e suecos, Morin riu. "Eu não falei nada." Em seguida, perguntou em voz baixa a um assessor militar, o vice-almirante Paitard, "Não posso falar nada diferente disso?". O militar concordou.
Em encontro em setembro com o presidente francês Nicolas Sarkozy, o presidente Lula já sugeriu que a proposta do país levaria vantagem.
Ontem pela manhã, o ministro Nelson Jobim (Defesa) havia afirmado que a decisão sobre quem fornecerá os caças para a FAB sairá neste ano.
Segundo ele, a FAB ainda não concluiu a análise técnica, composta por quatro quesitos: operacional, transferência de tecnologia, compensações industriais e preço. Cada um deles terá peso diferente, ainda não definido. O terceiro quesito (compensações industriais) inclui a geração de empregos no Brasil e as peças dos caças a serem construídos no país.
Estão na disputa para a venda dos 36 caças a empresa norte-americana Boeing, a francesa Dassault e a sueca Saab. Segundo Jobim, todos os chefes de Estados se empenharam para influenciar na escolha.
De acordo com Hervé Morin, que passou o dia com Jobim, uma vantagem dos caças franceses é que a prometida transferência de tecnologia -"que nunca fizemos"- permitirá ao Brasil financiar programas de pesquisa e a acompanhar a evolução do avião.
Morin ironizou a proposta sueca, que ofereceu o melhor preço por cada unidade, estimada em R$ 127,4 milhões, metade dos R$ 258 milhões dos franceses. "É, mas o nosso avião está voando", disse, em referência ao fato de o sueco ser ainda um projeto.


Colaborou ITALO NOGUEIRA , da Sucursal do Rio


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