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Proposta sobre caças é "pacote completo", diz ministro francês
Segundo Nelson Jobim, decisão da FAB sobre compra de aviões sairá este ano
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro de Defesa da
França, Hervé Morin, afirmou
ontem no Rio que a proposta
francesa para a venda de 36 caças Rafale, da Dassault, ao governo do Brasil é um pacote
completo. "É tudo. Não é um tijolo, é a casa inteira: trata-se de
uma parceria política, industrial, tecnológica e é o melhor
avião", disse Morin, em entrevista na tarde de ontem, no
Consulado da França no Rio.
Questionado pela Folha se
está seguro de que ganhará a
concorrência pela venda dos
caças contra americanos e suecos, Morin riu. "Eu não falei
nada." Em seguida, perguntou
em voz baixa a um assessor militar, o vice-almirante Paitard,
"Não posso falar nada diferente
disso?". O militar concordou.
Em encontro em setembro
com o presidente francês Nicolas Sarkozy, o presidente Lula
já sugeriu que a proposta do
país levaria vantagem.
Ontem pela manhã, o ministro Nelson Jobim (Defesa) havia afirmado que a decisão sobre quem fornecerá os caças
para a FAB sairá neste ano.
Segundo ele, a FAB ainda
não concluiu a análise técnica,
composta por quatro quesitos:
operacional, transferência de
tecnologia, compensações industriais e preço. Cada um deles terá peso diferente, ainda
não definido. O terceiro quesito (compensações industriais)
inclui a geração de empregos
no Brasil e as peças dos caças a
serem construídos no país.
Estão na disputa para a venda dos 36 caças a empresa norte-americana Boeing, a francesa Dassault e a sueca Saab. Segundo Jobim, todos os chefes
de Estados se empenharam para influenciar na escolha.
De acordo com Hervé Morin,
que passou o dia com Jobim,
uma vantagem dos caças franceses é que a prometida transferência de tecnologia -"que
nunca fizemos"- permitirá ao
Brasil financiar programas de
pesquisa e a acompanhar a evolução do avião.
Morin ironizou a proposta
sueca, que ofereceu o melhor
preço por cada unidade, estimada em R$ 127,4 milhões,
metade dos R$ 258 milhões dos
franceses. "É, mas o nosso
avião está voando", disse, em
referência ao fato de o sueco
ser ainda um projeto.
Colaborou ITALO NOGUEIRA ,
da Sucursal do Rio
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